O papel fundamental desempenhado pela impressão na divulgação das ideias protestantes ficou claro desde o século XVI. Lutero estava perfeitamente consciente do efeito positivo dessa invenção: “A imprensa é o último dom de Deus e o maior. De fato, por esse meio, Deus queria tornar conhecida a causa da verdadeira religião a toda a terra, até as extremidades do mundo”. (POTON, s/d, p. 36).
Para reagir contra a propaganda protestante, por meio da imprensa, a Igreja Católica Romana
Para reagir contra a propaganda protestante, por meio da imprensa, a Igreja Católica Romana
Gabarito comentado
Resposta correta: Alternativa B
1. Tema central: Trata-se da reação da Igreja Católica à difusão protestante provocada pela imprensa no século XVI. É preciso entender as medidas institucionais de controle de ideias (censura, índices, inquisição) e a importância da imprensa na circulação de textos.
2. Resumo teórico: A imprensa de tipos móveis acelerou a circulação de ideias no século XVI, facilitando a Reforma. Para conter doutrinas consideradas perigosas, a Igreja instituiu mecanismos formais de censura: a Index Librorum Prohibitorum (Índice de Livros Proibidos, compilado em 1559 por ordem de Paulo IV), a Congregação do Índice e a Inquisição romana e romana/espanhola, além das deliberações do Concílio de Trento (1545–1563), que reforçaram a necessidade de controlar ensinamentos e publicações.
3. Fontes relevantes: Index Librorum Prohibitorum (1559); atos do Concílio de Trento; estudos como Elizabeth Eisenstein, The Printing Press as an Agent of Change (sobre o impacto da imprensa).
4. Justificação da alternativa B: A Igreja proibiu a leitura de livros considerados suspeitos — não apenas obras protestantes, mas também textos católicos ou seculares que pudessem subverter a ortodoxia. O Índice e a exigência de aprovação prévia (imprimatur) visavam controlar o acesso a conteúdos. Portanto, a afirmação de que houve proibição de leitura de livros religiosos suspeitos corresponde aos instrumentos reais de censura adotados.
5. Por que as demais alternativas estão erradas:
- A — Não houve ordem generalizada para destruir todas as máquinas de impressão nos países católicos; tal medida seria impraticável e não consta nas fontes; a estratégia foi censurar conteúdos, não suprimir a técnica.
- C — A “Trégua de Deus” é uma instituição medieval relacionada a conflitos e paz entre senhores feudais, sem relação com fiscalização de impressos no século XVI.
- D — A Companhia de Jesus (1540) foi criada para a reforma católica e educação, não para desestimular a leitura; pelo contrário, os jesuítas fundaram escolas e usaram os meios de educação para formar católicos instruídos.
- E — Embora algumas monarquias colaborassem com a Igreja em censura, a afirmação de que houve apoio uniforme que atrasou consideravelmente a expansão do conhecimento é imprecisa e exagerada; a circulação de saber continuou e a imprensa cresceu mesmo com controle censório.
6. Estratégia de prova: Procure termos concretos ligados a instituições históricas (Índice, Concílio de Trento, Inquisição). Desconfie de alternativas absolutas (como destruir todas as máquinas) ou que misturam épocas/instituições sem relação.
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