Os dois poetas empregam, no verso três de seus poemas, uma forma do verbo ir (vai, linhas 3 e 33). Considere o que se diz sobre essa forma:

I. No poema de Drummond, vai é uma forma do imperativo, tom que combina muito bem com a atmosfera criada em torno do anjo.

II. No poema de Adélia Prado, vai é a forma da terceira pessoa do presente do indicativo e aparece como verbo auxiliar de carregar.

III. O valor semântico do verbo anunciar (anunciou, linha 32), no poema de Adélia Prado, e o emprego do vocativo (linha 3), no poema de Drummond, são importantes para determinar o tempo verbal a que a forma vai pertence.

Está correto o que se afirma em

Gabarito: D — I, II e III

Tema central: análise de formas verbais (modo e tempo) em contexto poético — habilidade recorrente em provas de Estilística: distinguir imperativo de indicativo, reconhecer locução verbal (auxiliar + infinitivo) e usar marcas contextuais (vocativo, tempos vizinhos) para interpretar sentido.

Resumo teórico (essencial): Imperativo afirmativo da 2.ª pessoa do singular de “ir” é vai (usa-se em BP: “vai!”). Indicativo presente da 3.ª pessoa é também vai; combinado com infinitivo forma a perífrase de futuro próximo (vai + infinitivo = irá fazer/auxiliar). Fontes consagradas: Cunha & Cintra; Bechara — consultá‑las ajuda a consolidar termos como “locução verbal” e “valor aspectual”.

Justificativa das afirmativas I — Verdadeira: no poema de Drummond, o emprego junto ao vocativo funciona como ordem/apelo ao anjo; o tom imperativo combina com essa atmosfera (sintaxe de vocativo + verbo no imperativo). II — Verdadeira: em Adélia Prado, vai aparece como 3.ª pessoa do presente do indicativo e atua como verbo auxiliar em locução com carregar (marca de futuro próximo/perifrástico). III — Verdadeira: elementos contextuais — o verbo no pretérito “anunciou” (no poema de Adélia) e o vocativo no poema de Drummond — são cruciais para decidir se vai é indicativo/auxiliar ou imperativo; a interpretação não vem só da forma isolada, mas do contexto semântico e sintático.

Por que as outras alternativas estão erradas? Todas elas omitem ao menos uma das afirmativas verdadeiras; por exemplo, (A) e (C) excluem III ou I que são necessárias para a leitura contextual correta, portanto apenas (D) abrange todas as verdades apontadas.

Dica de estratégia para provas: verifique sempre (1) função sintática do verbo (predicado, locução); (2) marcas contextuais (vocativo, tempos próximos); (3) concordância/persona — assim elimina pegadinhas sobre formas homógrafas.

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