A condição essencial da existência e da supremacia da
classe burguesa é a acumulação de riquezas nas mãos dos
particulares. O progresso da indústria substitui o isolamento dos operários por sua união revolucionária mediante a
associação. A burguesia produz, sobretudo, seus próprios
coveiros.
(Karl Marx e Friedrich Engels. “O manifesto do Partido Comunista”.
In: Textos, vol. III, 1977. Adaptado.)
O Manifesto foi publicado em 1848, período de agitações populares em vários países europeus. Os autores argumentam
que, com a Revolução Industrial,
Gabarito comentado
Alternativa correta: A
Tema central: A questão trata da interpretação do trecho do Manifesto do Partido Comunista (Marx & Engels, 1848) sobre os efeitos da Revolução Industrial nas relações sociais e econômicas — em especial a contradição entre trabalho coletivo e apropriação privada dos lucros.
Resumo teórico: Com a industrialização expandiu‑se a produção por trabalho coletivo nas fábricas, enquanto a propriedade dos meios de produção permaneceu privada. Para Marx, isso cria uma contradição estrutural — base da luta de classes — pois muitos produzem, poucos apropriam‑se do excedente. (Fonte: Marx & Engels, Manifesto, 1848; leitura de contextualização: E. Hobsbawm, The Age of Revolution.)
Por que A é correta: A alternativa afirma exatamente o argumento do trecho: a Revolução Industrial tornou evidente a contradição entre trabalho coletivo e apropriação privada. A referência ao fim do isolamento e à associação dos operários no texto aponta para a formação da consciência de classe e para a disputa pela apropriação da riqueza — ideia central do Manifesto.
Análise das alternativas incorretas:
B — Falsa. O Manifesto não diz que as ideologias políticas desapareceram; ao contrário, discute e faz crítica de ideologias (burguesas e outras) e chama à ação política do proletariado.
C — Parcialmente verdadeira historicamente (houve expansão da produção mercantil e trabalho assalariado), mas não responde ao argumento focal do trecho: a ênfase do texto é na contradição entre produção social e apropriação privada, não apenas no surgimento de setores controlados por mão de obra assalariada.
D — Falsa. O trecho não aponta melhoria social universal; pelo contrário, ressalta conflitos e desigualdades que geram resistência operária.
E — Falsa. Não houve, segundo o texto, um rompimento inaugural de solidariedade entre camponeses e operários; o foco é a consolidação do proletariado urbano e sua tendência à associação contra a burguesia.
Dica de prova: Procure no enunciado palavras‑chave que exprimam conflito (ex.: "apropriação privada", "associação", "coveiros"). Elas indicam o sentido geral do trecho e ajudam a eliminar alternativas que interpretam o texto de modo oposto ou apenas tangencial.
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