O cidadão não é cidadão pelo fato de se ter estabelecido
em algum lugar – pois os estrangeiros e os escravos também
são estabelecidos. [...] Por aí se vê, pois, o que é o cidadão:
aquele que tem uma parte legal na autoridade deliberativa e
na autoridade judiciária.
(Aristóteles. A política, s/d.)
Aristóteles, filósofo do século IV a.C., fundou e dirigiu, na cidade de Atenas, o Liceu, um centro de estudos filosóficos. A
sua definição de cidadania
Gabarito comentado
Alternativa correta: A
Tema central: a definição aristotélica de cidadania — ou seja, quem é cidadão na pólis — e suas consequências políticas. Essa noção é crucial em provas porque relaciona ideias filosóficas antigas com a organização das cidades-estado gregas e a exclusão de grandes grupos sociais.
Resumo teórico: Para Aristóteles (Política, Livro III), ser cidadão significa participar dos poderes deliberativo e judiciário da cidade. Não é apenas residir nela: cidadania é função política ativa. Na prática, isso excluía mulheres, escravos e estrangeiros (metics) — a cidadania era restrita a uma minoria de homens livres nativos.
Justificativa da alternativa A: A alternativa A descreve exatamente essa característica: a cidadania aristotélica correspondia a direitos políticos exclusivos de alguns indivíduos nas cidades. A ênfase de Aristóteles está na participação nas instituições políticas — logo, direitos políticos limitados constituem a essência da sua definição.
Análise das incorretas:
B — Incorreta. Aristóteles não restringe sua definição a cidades “altamente militarizadas”. A ênfase é institucional (deliberação e justiça), não no caráter militar do regime.
C — Incorreta. Ele conhece e discute práticas de várias pólis e tipos de regime; sua definição não “desconhece” o mundo grego, mas parte da observação comparativa das cidades.
D — Incorreta. A cidadania não abrange toda a população economicamente ativa; trabalhadores, escravos e estrangeiros eram, em regra, excluídos.
E — Incorreta. Aristóteles não se opõe genericamente à democracia; analisa criticamente diferentes regimes (inclusive formas corretas e desviadas) e define cidadania em termos de participação política, o que não equivale a rejeitar a democracia.
Fonte principal: Aristóteles, Política (Livro III). Para contexto moderno: estudos de história das pólis e cidadania, p.ex. obras introdutórias sobre Grécia Antiga e a concep��ão de cidadania nas pólis.
Estratégia para a prova: destaque palavras-chave do enunciado (aqui: “parte legal na autoridade deliberativa e judiciária”) e relacione imediatamente com exclusão social na pólis — isso aponta para alternativas sobre direitos políticos restritos.
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