No dia 25 de janeiro de 2019, ocorreu o rompimento da barragem da mina do Córrego do Feijão, localizado geograficamente na região metropolitana de Belo Horizonte, resultando no maior desastre com rejeitos de mineração e vítimas fatais, até então, registrado no Brasil.

Sobre os impactos socioambientais desse desastre, assinale a alternativa correta.

A lama que cobriu a bacia hidrográfica do rio Paraopeba, rica em matéria orgânica, ajuda no crescimento de espécies vegetais aquáticas, o que contribui para a recuperação do ecossistema da área atingida.

O rompimento da barragem poderia ter sido evitado se o sistema de alerta utilizado pela empresa responsável tivesse funcionado, avisando a população da área a montante.

Os rejeitos de mineração provocaram a mutação em diversas espécies da fauna que habitam a bacia do rio Paraopeba, tornando-as resistentes a esse tipo de material.

O rio Paraopeba pode ser recuperado utilizando-se medidas como o desassoreamento do leito e a biorremediação, mesmo sabendo que a recomposição da fauna e da flora será lenta.

O ciclo de vetores, responsável pela disseminação de doenças foi pouco alterado, o que, para a população, é benéfico, pois impossibilita o surto de doenças como a dengue e a febre amarela.

Gabarito comentado

Martina MedinaMonitor do Qconcursos

Tema central: A questão aborda os impactos socioambientais do desastre de Brumadinho (2019), maior tragédia com rejeitos de mineração no Brasil, exigindo compreensão sobre os métodos de recuperação ambiental em ecossistemas aquáticos degradados.

Justificativa da alternativa correta – D
A alternativa D é a correta, pois reconhece que a recuperação do rio Paraopeba exige o uso de medidas técnicas apropriadas como o desassoreamento do leito (remoção dos rejeitos sólidos acumulados) e a biorremediação (uso de organismos vivos para degradar contaminantes). Além disso, ressalta – de acordo com Pereira & Paz (2025) e manuais ambientais – que a recomposição da fauna e flora é um processo lento, pois depende de fatores bióticos, abióticos e do nível de toxicidade residual.

Análise das alternativas incorretas:

A) Afirma que a lama é “rica em matéria orgânica”, exagerando e invertendo o conceito: os rejeitos de mineração são ricos em metais pesados e tóxicos, não favorecem o crescimento vegetal nem a recuperação do ecossistema – pelo contrário, agravam o impacto negativo.

B) Confunde sistemas de alerta com a prevenção do desastre: avisos salvam vidas, mas não evitam o rompimento da barragem; a prevenção depende de fiscalização, manutenção e respeito às normas de segurança.

C) Supõe que “mutações” tornaram espécies resistentes aos rejeitos, o que não tem respaldo científico. Mutações são eventos aleatórios e raros, e não conferem resistência generalizada à poluição em curto prazo.

E) Subestima o impacto sobre vetores de doenças. Alterações ambientais podem, sim, desestabilizar o ecossistema e aumentar o risco de disseminação de doenças, contrariamente ao que afirma a alternativa.

Estratégia de prova: Atenção a palavras que sugerem benefícios duvidosos de tragédias ambientais, uso equivocado de termos (“matéria orgânica” vs. “rejeito tóxico”) e confusões entre prevenir desastre e mitigar danos. Sempre relacione conceitos com definições consagradas em obras como Santos et al. (2021).

Resumo: A alternativa D é a única que apresenta soluções realistas e tecnicamente fundamentadas para a recuperação ambiental, sem prometer resultados imediatos ou fazer suposições falsas sobre a natureza dos rejeitos ou dos impactos sobre a saúde.

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