“A grande revolução de 1789-1848 foi o triunfo não da ‘indústria’ como tal, mas da indústria capitalista; não da liberdade e da igualdade em geral, mas da classe média ou da sociedade ‘burguesa’ liberal; não da ‘economia moderna’ ou do ‘Estado moderno’, mas das economias e Estados em uma determinada região geográfica do mundo (parte da Europa e alguns trechos da América do Norte), cujo centro eram os Estados rivais e vizinhos da Grã-Bretanha e França. A transformação de 1789-1848 é essencialmente o levante gêmeo que se deu naqueles dois países e que dali se propagou por todo o mundo.
Mas não seria exagerado considerarmos esta dupla revolução - a francesa, bem mais política, e a industrial (inglesa) - não tanto como uma coisa que pertença à história dos dois países que foram seus principais suportes e símbolos, mas sim como a cratera gêmea de um vulcão regional bem maior. O fato de que as erupções simultâneas ocorreram na França e na Inglaterra, e de que suas características difiram tão pouco, não é nem acidental nem sem importância.”
HOBSBAWM, Eric J. A Era das Revoluções. Disponível em: http://www.scribd.com/doc/2301094/A-Era-das-Revolucoes- Eric-J-Hobsbawm.
A respeito do contexto político e social das Revoluções Francesa e Industrial, a leitura do texto de Hobsbawm indica que:
Mas não seria exagerado considerarmos esta dupla revolução - a francesa, bem mais política, e a industrial (inglesa) - não tanto como uma coisa que pertença à história dos dois países que foram seus principais suportes e símbolos, mas sim como a cratera gêmea de um vulcão regional bem maior. O fato de que as erupções simultâneas ocorreram na França e na Inglaterra, e de que suas características difiram tão pouco, não é nem acidental nem sem importância.”
HOBSBAWM, Eric J. A Era das Revoluções. Disponível em: http://www.scribd.com/doc/2301094/A-Era-das-Revolucoes- Eric-J-Hobsbawm.
A respeito do contexto político e social das Revoluções Francesa e Industrial, a leitura do texto de Hobsbawm indica que:
Gabarito comentado
Alternativa correta: A
Tema central: compreensão da chamada “dupla revolução” (Revolução Francesa política e Revolução Industrial inglesa) e seu impacto social, econômico e político na Europa e além. Essencial para provas: identificar como autores interpretam alcance regional versus universal das transformações de fim do século XVIII e início do XIX.
Resumo teórico sucinto: Eric Hobsbawm, em A Era das Revoluções, descreve 1789–1848 como um processo composto por duas erupções paralelas — a política (França) e a industrial (Inglaterra). Ele enfatiza que o resultado foi o triunfo da indústria capitalista e da burguesia liberal em certas regiões, com efeitos que se irradiaram para outras partes do mundo, não uma mudança homogênea global. Importante notar as negações do texto (“não… mas…”), que delimitam o alcance das transformações.
Justificativa da alternativa A: A alternativa A reproduz com fidelidade a ideia central de Hobsbawm: as duas revoluções ocorreram concomitantemente e produziram mudanças nos modos de vida, nas relações de produção e nas estruturas políticas, estendendo-se a outras zonas além da França e Inglaterra. Está alinhada com a leitura de que houve difusão regional das transformações e impacto global progressivo.
Análise das alternativas incorretas:
B — Errada: distorce o texto ao afirmar que houve vitória da “indústria, da igualdade e da economia moderna” de forma geral. Hobsbawm precisamente nega essa generalização, ressaltando o caráter regional e o triunfo da indústria capitalista, não da indústria em si nem da igualdade universal.
C — Errada: afirma consequências exclusivas para Grã-Bretanha e França. O autor diz que essas nações foram centros e símbolos, mas que a transformação se propagou além delas; não foi um efeito restrito apenas a esses Estados.
D — Errada: mistura conceitos incorretos — descreve a Revolução Inglesa como geradora de monarquias absolutas. Na verdade, as transformações favoreceram a ascensão da burguesia liberal e limitaram o absolutismo; além disso o texto distingue claramente caráter político (França) e industrial (Inglaterra), sem atribuir criação de absolutismos.
E — Errada: contradiz explicitamente o autor. Hobsbawm afirma que a simultaneidade e semelhança das erupções não são acidentais e têm significado histórico.
Estratégias de prova: Procure expressões-chave como “não…, mas…”, “região geográfica”, “triunfo da indústria capitalista” e “propagou por todo o mundo”. Desconfie de alternativas que universalizam conceitos que o texto limita (ex.: “industrial” vs “industrial capitalista”; “igualdade” generalizada). Substitua termos genéricos por precisos ao confrontar alternativas.
Fonte recomendada: HOBSBAWM, Eric J. A Era das Revoluções (1789–1848).
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