Tinha cinco metros o mapa que dominou o encontro,
que teve lugar na Chancelaria do Reich. Mostrava o
continente, com rios, lagos, nomes de alguns locais e
muitas manchas brancas.
Quando a Conferência chegou ao fim, depois de mais
de três meses de discussões, ainda havia grandes
extensões do continente onde nenhum europeu tinha
posto os pés.
Representantes de diversos países deslocaram-se a
convite do chanceler alemão Otto von Bismarck para
dividirem o continente entre si, “em conformidade
com o direito internacional”. Com duas exceções, todos
os Estados que hoje compõem o continente foram
divididos entre as potências coloniais poucos anos
após o encontro. Muitos historiadores consideram que
a Conferência foi o fundamento de futuros conflitos
internos no continente.
<https://tinyurl.com/y4z6b4j7> Acesso em: 15.10.2019. Adaptado
Assinale a alternativa que apresenta, corretamente, a
conferência a que o texto se refere e o processo histórico
que se iniciou a partir dela.
Conferência de Tordesilhas, cujo tratado final dividiu
os territórios da América entre Portugal e Espanha no
final do século XV.
Gabarito comentado
Resposta correta: D — Conferência de Berlim
Tema central: Partilha colonial da África no final do século XIX — o chamado “Scramble for Africa”. É preciso reconhecer referências (Bismarck, mapa enorme, divisão do continente) e associá‑las ao processo de expansão imperial europeia e às suas consequências políticas e territoriais.
Resumo teórico: A Conferência de Berlim (1884–1885), convocada por Otto von Bismarck, reuniu as potências europeias para regular a ocupação da África. O resultado foi o Ato Geral de 1885, que estabeleceu princípios como a “ocupação efetiva” para legitimar reivindicações territoriais. A partilha desenhou fronteiras artificiais, desconsiderando etnias e dinâmicas locais, gerando conflitos posteriores e instabilidade política no continente. Duas exceções permaneceram praticamente independentes: Etiópia e Libéria.
Por que a alternativa D é correta: O enunciado menciona Bismarck, mapa gigantesco com “manchas brancas” (áreas não exploradas), divisão do continente entre potências e origem de conflitos internos — elementos que correspondem exatamente à Conferência de Berlim e ao início da partilha colonial da África no final do século XIX. O Ato Geral de 1885 é a fonte documental que confirma essas decisões.
Análise das alternativas incorretas:
A — Conferência de Verdun: Evoca o Tratado de Verdun (843), que dividiu o Império Carolíngio na Idade Média; não tem relação com Bismarck, mapas de África nem com o século XIX.
B — Tratado de Tordesilhas: Foi um acordo entre Portugal e Espanha (1494) sobre a divisão do Novo Mundo; tempo, atores e escopo são distintos (América, não África).
C — Conferência de Madri: Não corresponde ao cenário descrito. Houve acordos e negociações sobre Tordesilhas em períodos posteriores, mas nenhum encontro convocado por Bismarck para dividir a África.
E — Tratado de Versalhes (ou divisão de Berlim pós‑SGM): O Tratado de Versalhes (1919) tratou da Alemanha pós‑Primeira Guerra; a separação da Alemanha em Ocidental/Oriental e de Berlim ocorreu após a Segunda Guerra Mundial e decisões dos Aliados, não por Bismarck nem com mapa de África.
Fonte documental relevante: Ato Geral da Conferência de Berlim (1885). Para leitura crítica: obras de Thomas Pakenham e de John H. Watson sobre o imperialismo africano.
Estratégia prática para provas: identifique palavras‑chave no enunciado (nomes próprios, século, natureza do evento — ex.: divisão territorial) e associe imediatamente ao contexto histórico conhecido; descarte alternativas que não coincidam em tempo, lugar e atores.
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