Sobre o valor do trabalho na vida humana,
Voltaire, no contexto do Iluminismo, destaca
alguns de seus aspectos positivos; Máximo
Gorki, no contexto posterior à Revolução
Industrial, aponta para uma visão bastante
negativa acerca do mesmo elemento. Dessa
forma, a diferença do segundo autor em
relação ao primeiro se deve ao fato de que,
após a Revolução Industrial,
TEXTO I
Voltaire, filósofo francês (1694-1778):
"O trabalho espanta três males: o vício, a
pobreza e o tédio".
TEXTO II
Máximo Gorki, escritor russo (1868-1936):
"Quando o trabalho é prazer, a vida é uma
grande alegria. Quando é dever, a vida é
escravidão".
Superinteressante, n. 5, maio 1998.
TEXTO I
Voltaire, filósofo francês (1694-1778): "O trabalho espanta três males: o vício, a pobreza e o tédio".
TEXTO II
Máximo Gorki, escritor russo (1868-1936): "Quando o trabalho é prazer, a vida é uma grande alegria. Quando é dever, a vida é escravidão".
Superinteressante, n. 5, maio 1998.
Gabarito comentado
Alternativa correta: C
Tema central: a diferença entre as visões de Voltaire (Iluminismo) e Máximo Gorki (pós‑Revolução Industrial) sobre o valor do trabalho reflete mudanças sociais e econômicas trazidas pela Revolução Industrial — especialmente a formação do proletariado e a condição do trabalho assalariado.
Resumo teórico (essencial): A Revolução Industrial (séculos XVIII–XIX) promoveu mecanização, surgimento das fábricas, migração urbana e concentração de trabalhadores dependentes de salário. Esse processo gerou excedente de mão de obra, jornadas longas e salários baixos, transformando o trabalho em opção quase exclusiva para a sobrevivência de grande parte da população — fenómeno chamado de proletarianização (ver: Eric Hobsbawm, "A Era das Revoluções"; Karl Marx, "O Capital").
Justificativa da alternativa C: A frase de Gorki denuncia que o trabalho passou a ser encarado como dever/obrigação e fonte de sofrimento. Isso acontece porque, após a Revolução Industrial, muitos trabalhadores não tinham alternativas econômicas — dependiam de empregos fabris com baixos salários para viver. Assim, a opção C (“o trabalho em troca de baixos salários se tornou a única opção para a maioria das pessoas”) sintetiza corretamente essa realidade histórica.
Análise das alternativas incorretas:
A — Incorreta. O trabalhador fabril recebia salário; o problema era que o salário era baixo e insuficiente, não a inexistência de pagamento.
B — Incorreta. As máquinas alteraram o tipo de esforço (ritmo intenso, repetição) e frequentemente reduziram a necessidade de habilidade artesanal, mas não aumentaram a “dificuldade” no sentido técnico pretendido pela alternativa.
D — Incorreta. Pelo contrário: muitas ocupações industriais foram deskilled (menor exigência de qualificação), pois as máquinas fragmentavam tarefas antes exercidas por artesãos qualificados.
Dica de prova: ao ver enquadramento temporal (“após a Revolução Industrial”), associe imediatamente a conceitos-chave: proletariado, trabalho assalariado, urbanização, baixos salários. Use a técnica de eliminação — descarte alternativas que contradigam fatos básicos (ex.: dizer que passaram a não receber salário).
Fontes sugeridas: Eric Hobsbawm, A Era das Revoluções; Karl Marx, O Capital; E. P. Thompson, A Formação da Classe Operária Inglesa.
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