Questão c759d0d9-31
Prova:UNESPAR 2016, UNESPAR 2016
Disciplina:História
Assunto:História Geral, Revolução Industrial

Sobre a situação da classe operária, na Inglaterra, durante a Revolução Industrial, no século XIX:

I. A condição de trabalho nas fábricas era precária, marcada por baixos salários, jornadas de até 16 horas diárias e tendo que conviver com constantes humilhações.

II. Os trabalhadores ingleses vivenciavam uma série de conflitos com dirigentes políticos e empregadores, o que resultou em conquistas nas condições de trabalho, como melhores salários, distribuição dos lucros e redução da jornada de trabalho para 8 horas diárias.

III. Fora das fábricas, as condições eram difíceis, além de habitações urbanas ruins, a falta de saneamento propagava as epidemias que causavam grande número de vítimas, especialmente nas camadas mais pobres.

IV. Apesar das longas jornadas de trabalho que deveriam ser cumpridas, os trabalhadores tiveram benefícios conquistados, especialmente o acesso a uma alimentação mais saudável e variada, assim como possibilidades de avanço na carreia, o que proporcionava melhorias nas condições de vida.

Estão CORRETAS:

A
Somente as afirmativas I, II e III;
B
Somente as afirmativas III e IV;
C
Somente as afirmativas I e III;
D
Somente as afirmativas II, III e IV;
E
Somente as afirmativas I e IV.

Gabarito comentado

G
Gabrielle FrancoMonitor do Qconcursos

Alternativa correta: C — Somente as afirmativas I e III

Tema central: condições de vida e trabalho da classe operária inglesa durante a Revolução Industrial (séc. XIX). É preciso distinguir relatos contemporâneos (por ex. Engels) das conquistas sociais que só ocorreram mais tarde, e identificar afirmações gerais vs. específicas.

Resumo teórico essencial: A industrialização trouxe emprego concentrado em fábricas, mas com condições precárias — baixíssimos salários, jornadas longas (às vezes >12–14h), trabalho infantil, insegurança e humilhações (ver F. Engels, A Situação da Classe Trabalhadora na Inglaterra, 1845). Fora das fábricas, crescimento urbano rápido gerou habitações insalubres e epidemias (falta de saneamento). Reformas ocorreram aos poucos (Factory Acts — 1833, 1844, 1847 Ten Hours Act restringiu horas de mulheres/jovens), mas grande parte das melhorias só vinham lentamente e de forma parcial (veja E.P. Thompson; Eric Hobsbawm).

Por que I e III estão corretas: I descreve fielmente as condições nas fábricas: baixos salários, jornadas longas e humilhações — tema amplamente documentado por estudos sociais da época. III também é correta: habitações urbanas ruins e falta de saneamento propagaram epidemias entre os pobres.

Por que II e IV estão incorretas: II erra ao afirmar conquistas amplas como "distribuição dos lucros" e redução generalizada da jornada para 8 horas na época; essas reivindicações só se tornaram pautas mais adiante e com avanços limitados. Embora existissem conflitos e movimentos (Chartismo, sindicatos), as vitórias foram graduais e parciais. IV é enganosa ao atribuir benefícios generalizados (alimentação mais saudável, progresso na carreira) aos trabalhadores: para a maioria, a urbanização e o salário baixo significaram piora das condições de vida no curto prazo.

Dica de interpretação para provas: desconfie de afirmações absolutas ou anacrônicas (ex.: “jornada de 8 horas” como norma no início do séc. XIX) e relacione eventos a leis/reformas conhecidas (Factory Acts, movimento sindical). Use autores-chave (Engels; Thompson; Hobsbawm) como referência para validar enunciados.

Principais fontes recomendadas: F. Engels, A Situação da Classe Trabalhadora na Inglaterra (1845); E.P. Thompson, The Making of the English Working Class; Eric Hobsbawm, Industry and Empire.

Gostou do comentário? Deixe sua avaliação aqui embaixo!

Estatísticas

Aulas sobre o assunto

Questões para exercitar

Artigos relacionados

Dicas de estudo