Vários historiadores ressaltam que os primeiros europeus a visitarem o Brasil colonial associaram positivamente as características naturais do território àquelas atribuídas aos Jardins do Éden: o Brasil figurava como um espaço repleto de belezas, fauna e flora variada, rios caudalosos, clima agradável e terra fértil. Quase cinco séculos depois, em 1995, o Instituto Vox Populi, o Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil e o Instituto de Estudos da Religião realizaram pesquisas nas quais verificam que o principal motivo pelo qual os brasileiros pesquisados sentiam orgulho do Brasil era justamente a natureza do país.
(CARVALHO, José Murilo de. O Motivo Edênico no Imaginário Social Brasileiro.Rev. bras. Ci. Soc. 1998, vol.13, n.38)
A partir do texto acima, é possível concluir que:

No final do século XX, os brasileiros continuam ressaltando favoravelmente as características naturais do nosso território em detrimento do caráter do povo brasileiro, este quase sempre avaliado negativamente;

Por conta das diversas transformações nos atributos da natureza do Brasil (como desmatamento, poluição, queimadas), é indispensável que se crie leis de proteção ambiental e se intensifique a fiscalização nessa área;

Se compararmos as visões dos primeiros europeus e as opiniões emitidas pelos pesquisados em 1995, há uma ruptura de pensamento, já que os primeiros associam a natureza aos Jardins do Éden, e os segundos associam a natureza aos benefícios para melhorar a qualidade de vida no mundo atual;

Embora haja quase cinco séculos separando os primeiros europeus e os brasileiros do final do século XX, há certa continuidade nas visões positivas que ambos concedem à natureza do Brasil;

O imaginário social do brasileiro permanece com a mesma visão edênica dos primeiros europeus que tiveram contato com o território do Brasil: de que a natureza brasileira representa o Paraíso na Terra.