Questão c7140ecc-f6
Prova:UFC 2013
Disciplina:História
Assunto:Brasil Monárquico – Primeiro Reinado 1822- 1831, História do Brasil

"O 7 de setembro, dia da Independência do Brasil, é a mais conhecida e celebrada data nacional. Está associada à proclamação feita, em 1822, pelo príncipe D. Pedro, às margens do riacho do Ipiranga, em São Paulo, acontecimento que teria assinalado o rompimento definitivo dos laços coloniais e políticos com Portugal”.

OLIVEIRA, Cecília Salles. Independência do Brasil - 7 de Setembro de 1822. In: BITTENCOURT, Circe (org.). Dicionário de datas da história do Brasil. São Paulo: Editora Contexto, 2007, p. 207.

Sobre a repercussão social da Independência do Brasil no primeiro reinado é correto afirmar que: 

A
Pode ser caracterizada pela participação das camadas populares na elaboração da primeira Constituição brasileira.
B
Logo após o ano de 1822 o poder executivo do Brasil passa a não considerar a Indepedência como marco histórico.
C
Ocorreu através de conflitos políticos entre diversos segmentos sociais no Rio de Janeiro e nas demais províncias.
D
Os comerciantes do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais tiveram suas exportações e projetos econômicos cerceados.
E
A relação direta entre a Independência do Brasil e a separação de Portugal promoveu liberdade e autonomia política à sociedade.

Gabarito comentado

A
Anderson MaiaMonitor do Qconcursos

Alternativa correta: C

Tema central: a questão trata da repercussão social da Independência do Brasil durante o Primeiro Reinado (1822–1831). É preciso entender que a independência foi um processo político que envolveu elites, militares e províncias, gerando conflitos e resistências regionais — não uma transformação social imediata e homogênea.

Resumo teórico: após 1822 o poder central buscou consolidar um Estado monárquico sob D. Pedro I. A independência foi proclamada por lideranças políticas e militares, mas as mudanças efetivas dependeram de negociações locais. Surgiram disputas entre liberais e conservadores, entre elites regionais e o governo central, e várias revoltas provinciais (ex.: oposição em Pernambuco, conflitos na Bahia, a Confederação do Equador em 1824 como expressão de tensões políticas). A Constituição de 1824, outorgada pelo imperador, centralizou o poder e limitou a participação popular efetiva.

Justificativa da letra C: A alternativa aponta que a repercussão ocorreu por meio de conflitos políticos entre segmentos sociais no Rio de Janeiro e nas províncias. Isso é correto: a Independência não foi um consenso nacional; provocou embates entre proprietários rurais, comerciantes, ex-officiais militares, caudilhos regionais e representantes do governo central. Esses conflitos políticos e regionais foram a forma mais imediata de repercussão social no Primeiro Reinado.

Análise das alternativas incorretas:

A — Incorreta. A participação das camadas populares na elaboração da primeira Constituição foi mínima. A Constituição de 1824 foi outorgada pelo imperador após dissolver a Assembleia Constituinte, e o processo foi dominado pelas elites.

B — Incorreta. O poder executivo não deixou de considerar a Independência como marco histórico; ao contrário, D. Pedro I utilizou-a para legitimar o novo regime. A afirmação é imprecisa e contrafactual.

D — Incorreta. A afirmação generaliza equivocadamente. Alguns setores comerciais lucraram com a abertura gradual do comércio; não houve um cerceamento amplo e uniforme das exportações de comerciantes dessas províncias como efeito direto da Independência.

E — Incorreta. A separação de Portugal não implicou liberdade e autonomia política ampla para a sociedade. A ordem social escravocrata e as hierarquias econômicas permaneceram; a autonomia política real ficou concentrada nas elites.

Dica de interpretação: ao ver “repercussão social” e “Primeiro Reinado”, busque sinais de conflitos regionais, papel das elites e da Constituição de 1824. Desconfie de alternativas que generalizam ganhos imediatos para “a sociedade” ou atribuem ampla participação popular.

Fontes sugeridas: Constituição Política do Império do Brasil (1824); José Murilo de Carvalho, estudos sobre o Império; Emília Viotti da Costa e obras sobre as revoltas provinciais e a Confederação do Equador.

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