Questão c6826386-fc
Prova:FUVEST 2016
Disciplina:Atualidades
Assunto:Migração, Refugiados e Demografia na Atualidade
Leia o texto e observe a imagem.
Numa guerra não se matam milhares de pessoas.
Matase alguém que adora espaguete, outro que é
gay, outro que tem uma namorada. Uma
acumulação de pequenas memórias... .
Nós que aqui estamos, por vós esperamos.
Direção de Marcelo Masagão.
Brasil, 1999
A partir do texto e da imagem, podese afirmar corretamente que
Leia o texto e observe a imagem.
Numa guerra não se matam milhares de pessoas.
Matase alguém que adora espaguete, outro que é
gay, outro que tem uma namorada. Uma
acumulação de pequenas memórias... .
Nós que aqui estamos, por vós esperamos.
Direção de Marcelo Masagão. Brasil, 1999
A partir do texto e da imagem, podese afirmar corretamente que
A
a história das guerras se resume a um teatro de combates travados no front por estadistas e militares.
B
os relatos que abordam os conflitos apenas com base nos tratados e armistícios são parciais e limitados.
C
o fim dos impérios, a xenofobia e a consolidação do projeto federativo garantiram a paz mundial.
D
a banalização da morte e a experiência do exílio expressam a retração dos nacionalismos nos séculos XX e XXI.
E
as políticas de inclusão foram capazes de controlar os fluxos migratórios globais.
Gabarito comentado
G
Giulia FernandesMonitor do Qconcursos
A questão proposta mergulha na
reflexão sobre a dimensão humana e individual das guerras, contrapondo-se à
abordagem tradicional que foca em números e estratégias militares. O texto de
Marcelo Masagão, ao mencionar que em guerras não se matam apenas "milhares
de pessoas", mas indivíduos com histórias e identidades próprias, ressalta
a perda de vidas únicas e irrepetíveis, trazendo à tona a crítica à
despersonalização do conflito. Esta abordagem humanística é crucial para
entender as verdadeiras perdas em conflitos bélicos, onde cada vida conta uma
história singular.
Diversos estudos e relatórios da ONU sobre conflitos modernos destacam que guerras não são apenas confrontos militares, mas também crises humanitárias que afetam diretamente a população civil. A Comissão de Direitos Humanos da ONU frequentemente aponta para a necessidade de abordagens que considerem as consequências pessoais e sociais dos conflitos, incluindo o impacto sobre minorias e indivíduos com identidades específicas. Tais dados reforçam a visão de que entender o aspecto humano dos conflitos é essencial para políticas de paz mais eficazes.
Irei analisar cada alternativa.
A) Errada. A afirmação de que a história das guerras se resume a combates no front por estadistas e militares é uma simplificação excessiva. Guerras envolvem uma gama complexa de fatores, incluindo impactos profundos na vida civil, questões de direitos humanos, e alterações socioeconômicas que não se limitam ao campo de batalha.
B) Correta. Esta alternativa captura a essência da mensagem do texto de Masagão, reconhecendo que os relatos baseados apenas em tratados e armistícios são insuficientes para compreender a totalidade dos conflitos. A guerra afeta indivíduos de maneiras profundas e pessoais, aspecto muitas vezes negligenciado em análises que focam apenas em aspectos políticos e militares.
C) Errada. A afirmação de que o fim dos impérios, a xenofobia e a consolidação do projeto federativo garantiram a paz mundial é historicamente imprecisa. As causas dos conflitos são multifacetadas e a paz mundial não foi alcançada; conflitos étnicos, religiosos e nacionalistas continuam a ocorrer globalmente.
D) Errada. Sugerir que a banalização da morte e a experiência do exílio representam a retração dos nacionalismos é uma interpretação equivocada. Na verdade, o nacionalismo muitas vezes intensifica durante e após conflitos, como evidenciado por várias crises de refugiados onde o exílio é uma consequência de perseguições nacionalistas.
E) Errada. As políticas de inclusão têm enfrentado desafios significativos para controlar os fluxos migratórios globais, e frequentemente essas políticas são sobrecarregadas por crises que elas mesmas tentam mitigar. A complexidade das migrações globais exige uma abordagem mais ampla e integrada do que simples políticas de inclusão.
A alternativa B é a resposta correta, pois reconhece a limitação dos relatos de guerra que ignoram o impacto humano individual. As guerras são experiências que transformam sociedades e vidas, e reduzi-las a meros dados estatísticos ou eventos diplomáticos omite a profundidade e a tragédia do conflito humano. Este entendimento é crucial para quem estuda ou atua na área de direitos humanos e conflitos internacionais. Fiquem atentos às alternativas que parecem corretas por usarem termos técnicos ou acadêmicos, mas que distorcem ou simplificam excessivamente a realidade. Sempre relacionem a teoria com a prática e as experiências individuais discutidas em estudos de caso.
Resposta: B
Gabarito do Professor: B
Diversos estudos e relatórios da ONU sobre conflitos modernos destacam que guerras não são apenas confrontos militares, mas também crises humanitárias que afetam diretamente a população civil. A Comissão de Direitos Humanos da ONU frequentemente aponta para a necessidade de abordagens que considerem as consequências pessoais e sociais dos conflitos, incluindo o impacto sobre minorias e indivíduos com identidades específicas. Tais dados reforçam a visão de que entender o aspecto humano dos conflitos é essencial para políticas de paz mais eficazes.
Irei analisar cada alternativa.
A) Errada. A afirmação de que a história das guerras se resume a combates no front por estadistas e militares é uma simplificação excessiva. Guerras envolvem uma gama complexa de fatores, incluindo impactos profundos na vida civil, questões de direitos humanos, e alterações socioeconômicas que não se limitam ao campo de batalha.
B) Correta. Esta alternativa captura a essência da mensagem do texto de Masagão, reconhecendo que os relatos baseados apenas em tratados e armistícios são insuficientes para compreender a totalidade dos conflitos. A guerra afeta indivíduos de maneiras profundas e pessoais, aspecto muitas vezes negligenciado em análises que focam apenas em aspectos políticos e militares.
C) Errada. A afirmação de que o fim dos impérios, a xenofobia e a consolidação do projeto federativo garantiram a paz mundial é historicamente imprecisa. As causas dos conflitos são multifacetadas e a paz mundial não foi alcançada; conflitos étnicos, religiosos e nacionalistas continuam a ocorrer globalmente.
D) Errada. Sugerir que a banalização da morte e a experiência do exílio representam a retração dos nacionalismos é uma interpretação equivocada. Na verdade, o nacionalismo muitas vezes intensifica durante e após conflitos, como evidenciado por várias crises de refugiados onde o exílio é uma consequência de perseguições nacionalistas.
E) Errada. As políticas de inclusão têm enfrentado desafios significativos para controlar os fluxos migratórios globais, e frequentemente essas políticas são sobrecarregadas por crises que elas mesmas tentam mitigar. A complexidade das migrações globais exige uma abordagem mais ampla e integrada do que simples políticas de inclusão.
A alternativa B é a resposta correta, pois reconhece a limitação dos relatos de guerra que ignoram o impacto humano individual. As guerras são experiências que transformam sociedades e vidas, e reduzi-las a meros dados estatísticos ou eventos diplomáticos omite a profundidade e a tragédia do conflito humano. Este entendimento é crucial para quem estuda ou atua na área de direitos humanos e conflitos internacionais. Fiquem atentos às alternativas que parecem corretas por usarem termos técnicos ou acadêmicos, mas que distorcem ou simplificam excessivamente a realidade. Sempre relacionem a teoria com a prática e as experiências individuais discutidas em estudos de caso.
Resposta: B
Gabarito do Professor: B
