Na Alemanha do século XVI, teve início, em meio a uma série de transformações econômicas, políticas, sociais e
culturais que assinalaram o período de transição entre a sociedade feudal e a moderna, a Reforma Religiosa.
Dentre as principais causas da Reforma Religiosa, NÃO é possível assinalar:
Gabarito comentado
Alternativa correta: A
Tema central: causas da Reforma Protestante no início do século XVI. É preciso distinguir entre fatores que provocaram críticas e ruptura com Roma (causas) e medidas tomadas depois para responder à crise (consequências).
Resumo teórico rápido: a Reforma teve múltiplas causas: crise moral e financeira do clero (simonia, venda de indulgências), mudanças econômicas e sociais (ascensão da burguesia urbana e nova mentalidade econômica) e fatores políticos (príncipes e monarquias que buscavam autonomia frente ao papado). A publicação das 95 Teses de Lutero (1517) e o debate subsequente detonaram o processo; a Contrarreforma, formalizada pelo Concílio de Trento (1545–1563), foi a resposta institucional católica.
Por que A está correta como resposta à pergunta “NÃO é possível assinalar”: a alternativa A descreve a elaboração de um conjunto doutrinal para garantir a unidade da fé — ou seja, medidas de reforma interna e disciplina eclesiástica que visam reafirmar a doutrina católica. Isso corresponde à Contrarreforma/Concílio de Trento, que é consequência da Reforma protestante e não uma causa inicial. Portanto, ela não foi uma causa da Reforma — foi uma resposta.
Análise das outras alternativas (por que são causas):
B — Correta como causa. A corrupção e práticas como simonia e venda de indulgências minaram a autoridade moral da Igreja e geraram críticas profundas (Lutero atacou especificamente as indulgências).
C — Correta como causa. A ascensão da burguesia e a nova mentalidade econômica questionavam normas medievais (preço justo, condenação da usura). Esses conflitos sociais e econômicos favoreceram a receptividade às ideias reformistas.
D — Correta como causa. O fortalecimento dos Estados e dos príncipes (ou monarquias nacionais) permitiu a disputa pelo controle religioso e a contestação da autoridade papal — em muitos territórios os governantes apoiaram reformas para ganhar autonomia política e recursos.
Dica de prova: diante de “NÃO é possível assinalar”, identifique se a alternativa apresenta uma causa (processo que antecede e origina) ou uma consequência/medida reativa. Palavras como “destinado a garantir” costumam indicar reação institucional — sinal de alternativa incorreta quando se pedem causas.
Fontes e leitura sugerida: Martim Lutero, 95 Teses (1517); Concílio de Trento (1545–1563); Diarmaid MacCulloch, The Reformation: A History.
Gostou do comentário? Deixe sua avaliação aqui embaixo!





