As relações entre a África e o Ocidente, ao longo da história, alteraram profundamente as características socioeconômicas e políticas
das sociedades africanas.
Nesse contexto, pode-se inferir que a
Um ataque suicida [...] deixou 50 mortos em uma mesquita na cidade de Mubi, no nordeste da Nigéria, segundo
autoridades locais. [...]
“No momento, temos, pelo menos, 50 mortos e vários feridos após um ataque suicida na terça-feira contra uma
mesquita de Mubi, durante a oração matutina”, declarou à AFP o porta-voz da polícia do estado de Adamawa, Othman
Abubakar.
Abukabar acrescentou que o autor do ataque tinha cerca de 17 anos, segundo a CNN.
Presença terrorista - O estado de Adamawa, onde se localiza Mubi, teve parte de seu território tomado pela milícia
radical Boko Haram, em 2014. Apesar de terem sido expulsos por tropas do governo no ano seguinte, os insurgentes
têm realizado ataques terroristas frequentes na região.
O atentado guarda semelhanças com diversas ações do Boko Haram, que costuma agir com homens-bomba em locais
públicos de grande movimentação, como mesquitas e mercados.
O grupo terrorista promove uma insurgência no nordeste da Nigéria, bem como em regiões próximas de outros
países, desde 2009, como forma de estabelecer um estado islâmico fundamentalista na região. Desde então, as ações
do Boko Haram mataram mais de 20 mil pessoas e forçaram mais de 2 milhões a deixarem suas casas. (ATAQUE
SUICIDA... 2017).
Gabarito comentado
Resposta correta: Alternativa B
Tema central: relações África–Ocidente e seus efeitos políticos e sociais — especialmente como a divisão territorial feita pelos europeus (fronteiras artificiais) moldou os Estados pós‑coloniais e alimentou conflitos étnico‑nacionalistas no processo de descolonização.
Resumo teórico: Durante a partilha da África (século XIX), potências europeias definiram limites sem respeitar fronteiras étnicas, lingüísticas ou econômicas locais. Essas linhas herdadas pelos Estados independentes geraram minorias aprisionadas em Estados rivais, rivalidades locais e frágeis instituições estatais. Esse legado facilitou a emergência de conflitos étnicos e nacionalistas na descolonização e depois (ver Pakenham, The Scramble for Africa; Mamdani, When Victims Become Killers).
Por que B está correta? A alternativa destaca que a criação de fronteiras artificiais contribuiu para conflitos étnicos/nacionalistas durante a descolonização. Isso é comprovado por múltiplos casos: Nigéria (tensiones entre Hausa‑Fulani, Igbo e Yoruba), Sudão/Sudão do Sul, Ruanda/Burundi (identidades reforçadas e instrumentalizadas pelo colonialismo). Logo, a causalidade indicada — fronteiras coloniais como fator gerador de conflitos na descolonização — está historicamente fundamentada.
Análise das alternativas incorretas
A — Incorreta. Afirma que ausência de Estados centralizados e de estratificação foi fundamental para a escravização. Na realidade havia reinos e Estados africanos estruturados (Dahomey, Asante, Império do Oyo, Reino do Congo) e o tráfico transatlântico articulou-se a estruturas internas; não foi apenas ausência de Estado que permitiu a escravização.
C — Incorreta. A Conferência de Berlim (1884‑85) regulou a ocupação colonial e a partilha territorial da África entre potências europeias, visando mercados, recursos e evitar guerras entre europeus — não foi convocada especificamente para dividir rotas do tráfico de escravos (o tráfico já estava em declínio formalmente).
D — Incorreta. A islamização do Norte da África é anterior e independente da expulsão colonial; não explica um retrocesso econômico generalizado pós‑colonial. Transformações econômicas são resultado de políticas coloniais, mercados internacionais e dinâmicas internas, não de mera "islamização".
E — Incorreta. A Guerra Fria, na prática, frequentemente agravou conflitos locais ao fornecer apoio material e político a grupos rivais; não foi fator de superação automática das tensões étnicas ou religiosas.
Dica de interpretação: busque concordância temporal (quando o processo ocorreu), identifique palavras‑chave (fronteiras artificiais, neocolonialismo, descolonização) e cheque se a afirmação confunde causa/efeito ou simplifica excessivamente.
Fontes sugeridas: Pakenham, The Scramble for Africa (1991); Mamdani, When Victims Become Killers (2001); Young, The African Colonial State (1994).
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