Para Portugal, não era interessante trazer para o Brasil imigrantes de estados possuidores de colônias, tais como França, Inglaterra, Holanda e Espanha. Abrir as portas da colônia e, depois, do recém-criado império do Brasil poderia significar um risco. Daí, a preferência por imigrantes dos estados alemães, da Suíça, e da Itália. Pedro I continuou essa política enfatizando que era necessário apoiar o desenvolvimento da agricultura, pelo aliciamento de bons colonos que aumentassem o número de braços dos quais necessitávamos.
(Adaptado de João Klug, “Imigração no Sul do Brasil, em Keila Grinberg e Ricardo Sales (org.). O Brasil Imperial. v. III. 1870-1889. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2009, p. 247.)
Assinale a alternativa correta.
(Adaptado de João Klug, “Imigração no Sul do Brasil, em Keila Grinberg e Ricardo Sales (org.). O Brasil Imperial. v. III. 1870-1889. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2009, p. 247.)
Assinale a alternativa correta.
Gabarito comentado
Alternativa correta: B
Tema central: políticas de imigração no Brasil imperial —por que o Estado privilegiou certos grupos e como isso se relacionou com a necessidade de mão de obra para a agricultura e com o contexto geopolítico europeu.
Resumo teórico e contextualização: No Primeiro Reinado (1822-1831) havia preocupação com o fortalecimento econômico do novo Estado e com a segurança política. A elite buscava colonos europeus que aumentassem a força de trabalho livre na agricultura e que não representassem vínculo político com potências coloniais (França, Inglaterra, Holanda, Espanha). Assim, preferiu-se imigrantes de estados alemães, Suíça e — posteriormente — italianos. Importante lembrar: a grande onda imigratória massiva ocorreu mais tarde (décadas finais do século XIX), mas a questão já existia no período imperial inicial.
Fontes e marcos legais relevantes: Proibições formais ao tráfico surgem em 1831 (proibição pouco efetiva) e foram reforçadas pela Lei Eusébio de Queirós (1850). A Lei Áurea (Lei n. 3.353, 13/05/1888) aboliu a escravidão em 1888 — evento importante para o mercado de trabalho, mas posterior ao Primeiro Reinado.
Por que a alternativa B é correta? Porque afirma que, no Primeiro Reinado, a entrada de imigrantes relacionava‑se ao aumento da produção agrícola e levava em conta rivalidades internacionais. Isso condensa a lógica apontada na fonte: preferência por colonos de países sem colônias para evitar riscos políticos e aumentar "braços" para a agricultura — posicionamento coerente com a política de Pedro I e com o contexto internacional do período.
Análise das alternativas incorretas:
A — Incorreta. A grande onda imigratória não começou no Primeiro Reinado; ela se intensificou entre 1870 e início do século XX. Além disso, o tráfico negreiro só foi proibido formalmente em 1831 e combatido com mais eficácia depois (Lei Eusébio, 1850); “maciça propaganda” europeia só ganha escala mais tarde.
C — Incorreta. Não procede que Portugal tenha atuado para o fim imediato da escravidão em Lisboa e do tráfico em suas colônias nesse período: Portugal manteve relações coloniais e práticas escravistas por mais tempo, e o processo de abolição nos domínios portugueses foi gradual e tenso.
D — Incorreta. A imigração já era pauta antes da Lei Áurea; debates e políticas de atração de colonos existiram ao longo do século XIX, ligados à necessidade de mão de obra e ao esvaziamento gradual do tráfico negreiro, não apenas ao fim da escravidão em 1888.
Dica de interpretação para concursos: observe os marcadores temporais (Primeiro Reinado x pós-1888), relacione causas e efeitos (escassez de trabalho → políticas de atração) e desconfiem de alternativas que generalizam (“grande entrada” ou “maciça propaganda”) sem precisão cronológica.
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