Um aspecto da composição estrutural que caracteriza o relato pessoal de A.P.S. como modalidade falada da língua é

A questão 99 é muito comum nas provas do Enem, e serve para avaliar a percepção do aluno quanto às diferenças entre o registro oral e o escrito, principalmente em se tratando da estrutura de representação da modalidade falada. Neste caso, a questão pede para que o aluno perceba a representação de uma declaração. Diferente da escrita, a fala é permeada de pausas e coloquialismos (fala popular), o que a difere do registro formal, mais culto e dotado de regras gramaticais. A alternativa que responde a questão é a letra A, pois a fala é caracterizada por um registro mais informal, com uso de um vocabulário menos requintado. A própria maneira como foi registrada a declaração (adoção de “passeá” e “brincá”, em vez dos verbos no infinitivo, próprios da escrita e das normas da gramática) revela a modalidade falada. As pausas indicam o processo de construção da fala, ou seja, do pensamento para a verbalização. O uso ou não de um vocabulário regional não caracteriza um registro de fala, pois este mesmo vocabulário pode ser usado em um registro de escrita, como um texto em prosa ou poesia, o que torna a letra B incorreta. As letras C, D e E também estão incorretas, pois o uso do plural não está ligado diretamente ao registro de fala, assim como o uso de coesão. E mesmo que as frases sejam de registro oral, elas são perfeitamente compreensíveis e gramaticais, ou seja, respeitam a ordem dos elementos que constituem o uso da língua.