A barbárie reaparece, mas desta vez é engendrada no próprio seio da civilização e dela faz parte integrante. (K. Marx,1846.)

Que bestas brutas e ferozes! Como permite Deus que as mães os concebam assim. Ah, eis os verdadeiros inimigos e não os russos e os austríacos! (T.-R. Bugeaud, 1849.)

Embora de perspectivas diferentes, os dois autores estão se referindo ao mesmo drama social, protagonizado pelo

Resposta: Alternativa E — proletário

Tema central: a questão trata da emergência do conflito de classes no século XIX — resultado da industrialização e da formação do proletariado urbano — e de como autores de posições opostas descrevem esse mesmo grupo social. Para resolver a questão é preciso relacionar o contexto histórico (as transformações econômicas e as revoluções de 1848) com a terminologia marxista e a reação conservadora.

Resumo teórico (claro e progressivo): o termo proletariado designa a classe social formada por trabalhadores assalariados que vendem sua força de trabalho nas indústrias emergentes. Marx analisa o proletário como produto do modo de produção capitalista, sujeito da exploração e da alienação (ver Marx, A Ideologia Alemã, 1846; Manifesto do Partido Comunista, 1848). Em 1848 houve levantes urbanos na Europa — os governantes conservadores viam os operários como ameaça interna, daí comentários hostis como o do general Bugeaud.

Justificativa da alternativa correta: as duas citações apontam para o mesmo "drama social": Marx descreve a barbárie produzida pelo próprio desenvolvimento capitalista (referindo-se ao proletariado); Bugeaud, de perspectiva autoritária, injuria um grupo interno — os operários — como verdadeiros inimigos. Portanto ambos falam do mesmo sujeito social: o proletário.

Análise das alternativas incorretas:

A — camponês: a crítica marxista e a preocupação de 1848 concentram-se mais no operariado urbano recém-formado que nas populações rurais; o sentido das frases não remete ao campesinato.

B — imigrante: embora imigrantes tenham papel em movimentos sociais, os textos citados referem-se a uma classe social estrutural (proletariado), não apenas a um grupo de origem.

C — soldado: o soldado é agente do Estado; aqui os autores falam de um grupo social percebido como problema ou vítima — não de militares.

D — empresário: está no polo oposto ao diagnóstico de Marx; ele critica o sistema que produz os explorados, não os capitalistas.

Dica de interpretação para provas: procure palavras-chave (ex.: "seio da civilização", "concebem assim", “inimigos”) e contextualize cronologicamente (industrialização e 1848). Compare a posição do autor (crítico/socialista x conservador) para identificar o sujeito social citado.

Fontes sugeridas: Karl Marx, A Ideologia Alemã (1846); Manifesto do Partido Comunista (1848); Eric Hobsbawm, A Era das Revoluções.

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