Os versos acima foram compostos pelo rapper Criolo
sobre os versos da canção “Cálice”, composta por Chico
Buarque e Gilberto Gil em 1973. A composição do rapper:
I. Foi acusada de plágio pelos autores da canção
original;
II. Foi assimilada por Chico Buarque no repertório de
seu show;III. Foi assimilada por Gilberto Gil no repertório de seu
show;
IV. Denuncia de forma contundente a opressão social
sofrida pelas minorias e o papel de intervenção da
arte, o que torna a sua versão da canção uma
atualização das posições defendidas pelos
compositores de “Cálice” no período da ditadura
militar;
V. Não tem afinidade, no seu conteúdo, à composição
original “Cálice” que aborda, exclusivamente, a
questão da censura sofrida pelos artistas no período
da ditadura militar.
“Como ir pro trabalho sem levar um tiro
Voltar pra casa sem levar um tiro
Se as três da matina tem alguém que frita 
E é capaz de tudo pra manter sua brisa 
Os saraus tiveram que invadir os botecos 
Pois biblioteca não era lugar de poesia 
Biblioteca tinha que ter silêncio, 
E uma gente que se acha assim muito sabida 
Há preconceito com o nordestino 
Há preconceito com o homem negro 
Há preconceito com o analfabeto 
Mas não há preconceito se um dos três for rico, pai. 
A ditadura segue meu amigo Milton 
A repressão segue meu amigo Chico 
Me chamam Criolo e o meu berço é o rap 
Mas não existe fronteira pra minha poesia, pai. 
Afasta de mim a biqueira, pai 
Afasta de mim as biate, pai 
Afasta de mim a cocaine, pai 
Pois na quebrada escorre sangue.”
(Disponível em http://www.vagalume.com.br/criolo/ calice.html#ixzz3qOyuM3T6 Acesso em 25/10/2015)
“Como ir pro trabalho sem levar um tiro
Voltar pra casa sem levar um tiro
Se as três da matina tem alguém que frita 
E é capaz de tudo pra manter sua brisa 
Os saraus tiveram que invadir os botecos 
Pois biblioteca não era lugar de poesia 
Biblioteca tinha que ter silêncio, 
E uma gente que se acha assim muito sabida 
Há preconceito com o nordestino 
Há preconceito com o homem negro 
Há preconceito com o analfabeto 
Mas não há preconceito se um dos três for rico, pai. 
A ditadura segue meu amigo Milton 
A repressão segue meu amigo Chico 
Me chamam Criolo e o meu berço é o rap 
Mas não existe fronteira pra minha poesia, pai. 
Afasta de mim a biqueira, pai 
Afasta de mim as biate, pai 
Afasta de mim a cocaine, pai 
Pois na quebrada escorre sangue.”
(Disponível em http://www.vagalume.com.br/criolo/ calice.html#ixzz3qOyuM3T6 Acesso em 25/10/2015)



