Leia os excertos para responder à questão:
O sistema gentílico estava fadado a durar pouco. [...] A transformação
devia-se a dois fatores:
I. A produção não crescia proporcionalmente à população, devido às
técnicas rudimentares, advindo então a queda da renda familiar, provocando descontentamento;
II. O genos passou a dividir-se em famílias menores, enfraquecendo-se;
filhos mais novos e bastardos protestavam contra a vida difícil; cada
um trabalhava com menos estímulo e mais exigência na divisão dos
produtos.
(Grécia Antiga. Disponível em: https://www.mundovestibular.com.br/
articles/529/2/GRECIA-ANTIGA/Paacutegina2.html. Acesso em: 18 ago. 2018, às 08h00.)
A expansão demográfica promove o desequilíbrio na oferta e demanda de alimentos. A primitiva e ineficiente produção agrícola feudal
não consegue suprir as necessidades de uma sociedade em expansão.
Surge, no interior dos feudos, o excedente populacional. Dada a insuficiência de recursos para prover o excedente populacional, inicia-se o
processo de marginalização social. Os senhores feudais expulsam de
suas terras a população excedente.
(Baixa Idade Média. Disponível em: https://portaldoestudante.wordpress.com/
2011/07/08/baixa-idade-media-crescimento-demografico/.
Acesso em: 18 ago. 2018, às 08h30.)
Os fragmentos tratam dos processos de desagregação das comunidades gentílicas, na Grécia Antiga, e dos feudos, na Idade Média europeia. Assinale a alternativa que mais bem representa a relação entre
os processos
Gabarito comentado
Resposta correta: Alternativa A
Tema central: processos de desagregação de unidades sociais (gentes na Grécia antiga; feudos na Idade Média) motivados por pressão demográfica e insuficiência produtiva. É tema recorrente em História Geral sobre a relação entre população, recursos e mudanças sociais.
Resumo teórico: o genos (clã/gentílico) era uma unidade econômica e social baseada em trabalho familiar. Nos mesmos termos, o feudo era uma unidade produtiva agrária dependente de técnicas rudimentares. Em ambos os casos, o aumento populacional sem incremento correspondente da produtividade provocava redução da renda/recursos por família, fragmentação de unidades produtivas e marginalização/expulsão de excedentes — fenômeno estudado por historiadores como M. Bloch (Feudal Society) e M. I. Finley (The Ancient Economy).
Por que a alternativa A é correta: os dois excertos destacam claramente o mesmo mecanismo causal: a produção não acompanhou o crescimento populacional, gerando queda da renda, divisão de famílias/unidades produtivas e exclusão de parte da população. Logo, A sintetiza corretamente a relação entre os processos.
Análise das alternativas incorretas:
B — Incorreta: afirma que, ao contrário dos genos, os feudos se desagregaram por fatores internos exclusivamente. Na verdade, ambos sofreram por fatores internos econômicos (produção insuficiente) vinculados à pressão demográfica.
C — Incorreta: nega qualquer relação. Os fragmentos mostram processos análogos (demografia x produção) — há relação conceitual clara.
D — Incorreta: sugere que apenas os genos se desagregaram por problemas internos, contrapondo-os aos feudos; é inversão da relação real apresentada nos textos.
E — Incorreta: afirma que a produção era suficiente, mas apropriada pelas elites. Os excertos enfatizam insuficiência produtiva, não mera apropriação.
Dicas para prova: destaque palavras-chave (ex.: "produção não crescia", "excedente populacional", "expulsam"); compare mecanismos causais, não rótulos sociais; cuidado com alternativas que invertem relação de causa/efeito.
Fontes sugeridas: Marc Bloch, Feudal Society; M. I. Finley, The Ancient Economy (para compreensão da economia antiga).
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