Questão c1d27fe1-f2
Prova:Esamc 2018
Disciplina:Atualidades
Assunto:Segurança Pública

Leia o texto a seguir:

Cresce o nº de mulheres vítimas de homicídio no Brasil; dados de feminicídio são subnotificados

São 4.473 homicídios dolosos em 2017, um aumento de 6,5% em relação a 2016. Isso significa que uma mulher é assassinada a cada duas horas no Brasil. Falta de padronização e de registros atrapalham monitoramento de feminicídios no país.
(Cresce o nº de mulheres vítimas de homicídio no Brasil; dados de feminicídio são subnotificados. Publicado em: 07 mar. 2018; atualizado em: 14 mar. 2018.
Disponível em: https://g1.globo.com/monitor-da-violencia/noticia/cresce-n-de-mulheresvitimas-de-homicidio-no-brasil-dados-de-feminicidio-sao-subnotificados.ghtml. Acesso em 23 ago. 2018, às 14h30.)

O feminicídio é o assassinato de mulheres por circunstâncias de gênero. Analise as afirmações sobre a violência contra a mulher:
I. A mulher na história ocidental é colocada como submissa e não como provedora. Culturalmente, cabe ao homem sustentar a casa e, assim, o pleno exercício da sua independência, demonstrando as raízes misóginas da sociedade.
II. O conceito de feminicídio é importante para reconhecer e dar visibilidade à discriminação, opressão, desigualdade e violência sistemática contra as mulheres.
III.A violência contra a mulher relaciona-se diretamente à renda da família e à escolaridade do agressor, limitando os casos às classes socioeconomicamente desfavorecidas.

São verdadeiras:

A
I
B
II
C
II e III
D
I, II, e III
E
I e II

Gabarito comentado

J
Jessica PazMonitor do Qconcursos

Tema central: O foco da questão é violência contra a mulher, especificamente o conceito de feminicídio e os fatores culturais e sociais que perpetuam essa violência.

Conceitos-chave: O feminicídio é definido pela Lei nº 13.104/2015 como o homicídio de mulher pela razão de ser mulher, geralmente decorrente de violência doméstica, discriminação e menosprezo ao gênero feminino. Reconhecê-lo como crime específico fortalece políticas de combate à violência, torna visíveis as razões de gênero e permite ações mais efetivas.

Análise das afirmações:

I. Verdadeira. A história ocidental, como abordam teóricos como Simone de Beauvoir (em "O Segundo Sexo"), evidencia que a mulher foi, por séculos, tratada como submissa e dependente economicamente do homem. Essa estrutura reflete raízes misóginas e favorece a perpetuação da violência de gênero na sociedade atual.

II. Verdadeira. Dar nome ao feminicídio é fundamental para destacar a violência sistemática e a opressão de gênero. O reconhecimento legal promove visibilidade, facilita o monitoramento dos casos e embasa ações afirmativas. A própria definição em lei mostra o esforço para enfrentar essa realidade.

III. Falsa. Aqui há uma pegadinha clássica: afirmar que a violência contra a mulher “limita-se às classes socioeconomicamente desfavorecidas” é incorreto. Conforme diversos relatórios oficiais (ex: Fórum Brasileiro de Segurança Pública), mulheres de todas as camadas sociais sofrem violência – o fenômeno é transversal e não depende apenas de renda ou instrução do agressor. Atenção: generalizações como essa costumam ser usadas para induzir ao erro!

Estratégia para resolução: Ao analisar alternativas, fique atento a frases com termos absolutos ("apenas", "limitando-se", "sempre"), que, na maior parte das vezes em Atualidades, indicam erro conceitual ou exagero generalizante.

Conclusão: Estão corretas apenas as afirmações I e II.

Alternativa correta: E

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