“Assim vemos que a fé basta a um cristão. Ele não precisa
de nenhuma obra para se justificar. Se ele não precisa de
nenhuma obra, ele está certamente desobrigado de todos os
mandamentos e de todas as leis; se está desobrigado deles,
é certamente livre. Esta é a liberdade cristã, é unicamente a fé
que a cria, o que não quer dizer que possamos ficar ociosos
ou fazer o mal, mas que não precisamos de nenhuma obra para nos justificar e alcançar a felicidade.” Martinho Lutero
(ARRUDA;PILLETI, 2019).
O texto é referente à crise religiosa denominada Reforma.
Uma das causas desse movimento foi
Gabarito comentado
Alternativa correta: C
Tema central: a questão trata da Reforma Religiosa do século XVI — movimento que rompeu a unidade cristã ocidental e teve causas religiosas, econômicas, sociais e políticas. Para resolver a questão é essencial ligar ideias religiosas (como a doutrina da justificação pela fé de Lutero) às tensões sociais e econômicas da época, especialmente entre a Igreja e a burguesia emergente.
Resumo teórico rápido e progressivo:
- Martinho Lutero (1483–1546) propôs a ideia da justificação pela fé (sola fide), atacando práticas como a venda de indulgências e criticando o acúmulo de bens e privilégios clericais.
- A Igreja Católica, grande proprietária de terras e com forte influência econômica, mantinha normas que condenavam a usura (interpretação tradicional que restringia juros) e práticas comerciais vistas como imorais.
- A burguesia urbana em crescimento via nas doutrinas e nos costumes eclesiásticos um obstáculo ao desenvolvimento comercial e financeiro; o ressentimento contra o poder econômico e moral da Igreja foi um fator importante na difusão das ideias reformistas.
Justificativa da alternativa C:
A alternativa C aponta corretamente para o conflito entre a burguesia emergente e a Igreja, sobretudo por causa da condenação da usura e das restrições morais e econômicas que a Igreja impunha. Esse atrito ajudou a criar um ambiente favorável às críticas de Lutero e de outros reformadores, que articulavam tanto motivos religiosos (doutrina, sacramentos) quanto queixas contra a riqueza e práticas eclesiásticas (ex.: indulgências). Fontes úteis: Encyclopaedia Britannica – “Reformation”; Peter Marshall, The Reformation.
Análise das alternativas incorretas:
A — Falsa: não houve um “movimento cruzadista promovido por nobres e religiosos alemães” cuja repressão pela Igreja provocasse a Reforma. As causas foram internas (doutrina, economia, críticas à corrupção), não uma reação a uma cruzada local.
B — Falsa: a centralização real é tema da formação dos Estados modernos, não causa direta da Reforma religiosa; há intersecções, mas a questão pede uma causa religiosa/econômica mais direta.
D — Falsa e anacrônica como causa: o Concílio de Trento (1545–1563) foi resposta católica (Contra‑Reforma) que condenou doutrinas protestantes; porém, tratar o concílio como causa da Reforma é inverter causa e efeito.
E — Falsa: não houve intensificação capitalista no interior dos feudos “com o apoio da Igreja” como causa direta; ao contrário, a Igreja era frequentemente vista como conservadora frente a práticas financeiras que favoreciam a burguesia.
Dica de interpretação: identifique cronologia (causa deve anteceder efeito), relacione doutrinas religiosas a interesses sociais/econômicos e desconfie de alternativas que invertam sequência histórica ou misturem temas distintos sem ligação clara.
Fontes indicadas: Encyclopaedia Britannica (entrada “Reformation”); Marshall, Peter. The Reformation.
Gostou do comentário? Deixe sua avaliação aqui embaixo!





