O escravismo parece não ter possuído grande
significação durante a monarquia, só adquirindo
importância com a expansão territorial romana.
Na verdade, durante a monarquia surgiram
condições para sua instalação, tendo o
escravismo se transformado, logo a seguir, no
modo de produção predominante, em detrimento
de todas as outras formas de trabalho produtivo.
(VICENTINO, 1994, p. 36).
A partir da análise do texto e dos conhecimentos sobre o
escravismo na Roma Clássica, é correto afirmar:
Gabarito comentado
Resposta correta: B
Tema central: o papel do trabalho escravo na Roma clássica — como ele se tornou a força produtiva predominante a partir da expansão territorial e que formas e origens tinha.
Resumo teórico rápido: Durante a República e, sobretudo, o Império, o escravismo tornou‑se central na economia romana: escravos trabalhavam em latifúndios, minas, oficinas e em casas urbanas. A grande oferta decorreu de guerras, pirataria e comércio de escravos em todo o Mediterrâneo. Autores clássicos sobre o tema: Moses I. Finley (The Ancient Economy), Michael Rostovtzeff e Keith Hopkins.
Justificativa da alternativa B: A opção B afirma que o escravismo foi a força de trabalho predominante na República e no Império — o que corresponde ao consenso historiográfico. A expansão militar romana (séculos III–I a.C. e depois) forneceu centenas de milhares de prisioneiros que abasteceram latifúndios e grandes empreendimentos, tornando o trabalho escravo dominante nas atividades produtivas mais lucrativas.
Análise das alternativas incorretas
A — Errada. A origem dos escravos era diversa: vindos da Europa, Ásia Menor, Oriente e África. Não eram provenientes unicamente do continente africano.
C — Errada. A afirmação de que a extensão do Império e o governo autocrático impediram revoltas é falsa. Houve importantes revoltas de escravos, como as Guerras Servis (ex.: revolta de Espártaco, 73–71 a.C.), que demonstram conflitos graves dentro do Império.
D — Errada. Júlio César promoveu manumissões e reformas limitadas e favoreceu veteranos, mas não houve uma libertação em massa dos escravos por sua ação; o escravismo permaneceu estruturalmente dominante.
Estratégias para resolver questões semelhantes: procure palavras absolutas (unicamente, impediram, libertação geral) — geralmente indicam alternativa falsa; vincule períodos históricos a eventos concretos (Guerras Servis, expansão do século III–I a.C.); pense nas fontes de escravos (guerras, comércio) e nos usos econômicos (latifúndios, minas, serviços domésticos).
Fontes recomendadas: Moses I. Finley, The Ancient Economy; Michael Rostovtzeff, The Social and Economic History of the Roman Empire; discussões modernas de Keith Hopkins.
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