Leia este trecho do manifesto O dever dos monarquistas, publicado por
Joaquim Nabuco em 1895:
Em tais condições imaginar que só a República tem raízes, ou que ela as lançou em uma
camada mais profunda do que a Monarquia, do que a religião, do que a família, do que a
propriedade, parece a inversão de toda a ciência social.
(CARVALHO, M. A. R. (Org.). República no Catete. RJ: Museu da República, 2001. p. 11.)
Nos anos finais do período imperial, um dos principais debates políticos se deu entre
monarquistas e republicanos acerca do sistema de governo mais adequado para o Brasil.
De acordo com os defensores da Monarquia, o sistema monárquico era mais adequado ao
Brasil por se fundamentar
Leia este trecho do manifesto O dever dos monarquistas, publicado por Joaquim Nabuco em 1895:
Em tais condições imaginar que só a República tem raízes, ou que ela as lançou em uma camada mais profunda do que a Monarquia, do que a religião, do que a família, do que a propriedade, parece a inversão de toda a ciência social.
(CARVALHO, M. A. R. (Org.). República no Catete. RJ: Museu da República, 2001. p. 11.)
Nos anos finais do período imperial, um dos principais debates políticos se deu entre monarquistas e republicanos acerca do sistema de governo mais adequado para o Brasil. De acordo com os defensores da Monarquia, o sistema monárquico era mais adequado ao Brasil por se fundamentar
Gabarito comentado
Alternativa correta: D
Tema central: debate monarquistas x republicanos no fim do Império. A questão exige identificar a justificativa principal dos defensores da Monarquia: por que alegavam que esse regime era o mais adequado ao Brasil.
Resumo teórico: os monarquistas sustentavam que a Monarquia se apoiava em valores e costumes políticos herdados da tradição ibérica — isto é, uma cultura política marcada pelo patrimonialismo, hierarquia, centralidade do poder e laços estreitos entre elites locais, família e Igreja. Autores como José Murilo de Carvalho e Boris Fausto discutem essa continuidade cultural entre Brasil e metrópole como argumento monarquista para a estabilidade institucional (ver: Carvalho, José Murilo; Fausto, Boris).
Por que D é correta: a alternativa capta exatamente a justificativa conservadora: a Monarquia seria melhor porque encaixava-se na tradição política e nos hábitos herdados da Península Ibérica — valores que, segundo monarquistas, davam “raízes” mais profundas à forma monárquica do que à República. O trecho citado de Joaquim Nabuco remete a essa defesa da continuidade social e cultural.
Análise das alternativas incorretas
A — Errada. A descentralização era argumento de federalistas e republicanos; monarquistas valorizavam a unidade e a centralidade do Império para manter ordem num país extenso, não a descentralização.
B — Errada. A Monarquia brasileira mantinha estreita relação com a Igreja Católica (religião com status privilegiado até a República). A separação Igreja-Estado foi bandeira mais republicana e laica.
C — Errada. A defesa monarquista não se ancorava primariamente em princípios abstratos de impessoalidade e separação rígida de poderes; sua ênfase era a continuidade cultural e na ordem patrimonial/monárquica, não numa idealizada impessoalidade burocrática.
Dica de prova: identifique no enunciado termos como "raízes", "tradição", "costumes" — eles costumam apontar para explicações culturais/históricas (tradição ibérica) e não para argumentos administrativos (descentralização, laicidade ou impessoalidade).
Referências sugeridas: José Murilo de Carvalho (org.), República no Catete; Boris Fausto, História do Brasil.
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