Ao povo dei tantos privilégios quanto lhe bastam, à sua honra nada tirei nem acrescentei; mas os que tinham poder e eram admirados pelas riquezas, também neles pensei, que nada tivessem de infamante... entre uma e outra facção, a nenhuma permiti vencer injustamente. (Sólon, século VI a.C.)

No governo de Atenas, o autor procurou

Alternativa correta: B

Tema central: reformas de Sólon em Atenas (séc. VI a.C.) — equilíbrio entre as classes sociais e reorganização política para conter conflitos entre aristocracia e povo. Conhecimentos úteis: seisachtheia (alívio das dívidas), classes censitárias e manutenção do poder aristocrático.

Resumo teórico: Sólon atuou após graves tensões sociais por dívidas e desigualdades. Promoveu a seisachtheia (anulação de dívidas e fim da escravidão por dívida), reestruturou a sociedade por classes econômicas (pentacosiomedimnoi, hippeis, zeugitas, thetes) e criou instituições (Conselho dos 400) que limitaram o domínio exclusivo da aristocracia, mas sem implantar uma democracia plena. Fontes clássicas: Plutarco (Vida de Sólon) e Aristóteles (Constituição de Atenas).

Por que a alternativa B é correta: o trecho enfatiza que Sólon deu privilégios ao povo, preservou a honra dos ricos e evitou que uma facção vencesse injustamente. Isso indica uma política de conciliação que preservava o equilíbrio favorável à aristocracia, impedindo uma transformação radical rumo à democracia. Ou seja, seu objetivo foi moderar conflitos sem transferir o poder totalmente para as camadas populares.

Análise das alternativas incorretas:

A — Errada. Não existia intenção de proteger uma "realeza" (Atenas já não era monarquia). Sólon buscou reformas para conter crises sociais, não restringir participação política por medo da realeza.

C — Errada/tendente a erro. Embora Sólon tenha ampliado direitos e aliviado a situação dos pobres, sua meta não foi derrubar proprietários nem instaurar democracia direta; ele estabeleceu limites e classes censitárias, mantendo grande influência dos proprietários.

D — Parcialmente verdadeira, mas inadequada como resposta principal. Sólon atacou a escravidão por dívida (seisachtheia), porém não manteve simplesmente a exclusão política dos libertos como objetivo central; sua reforma foi mais complexa — reorganizou a participação conforme riqueza, não uma manutenção exclusiva da exclusão.

E — Errada. Sólon não era tirano disfarçado; foi legislador cuja atuação buscou conciliação institucional, não encenações autoritárias para iludir o povo.

Dica de prova: foque em palavras-chave do enunciado que indiquem o propósito do autor (ex.: "honra", "riquezas", "entre uma e outra facção"). Pergunte-se: ele quer nivelar igualdade total ou conter extremos mantendo um equilíbrio? Isso ajuda a eliminar alternativas que exageram as consequências das reformas.

Fontes consultadas: Plutarco, Vida de Sólon; Aristóteles, Constituição de Atenas (Análise clássica das reformas). Gostou do comentário? Deixe sua avaliação aqui embaixo!