A forma como a autora do texto refere-se ao abade de Seyès e a Robespierre permite compreender a convivência, no auge dos acontecimentos da Revolução Francesa, de duas perspectivas, a tradicional e a moderna, assumidas, inclusive, por um mesmo indivíduo.

Com base no texto acima, julgue os itens de 23 a 32.

Com base no texto acima, julgue os itens de 23 a 32.
Gabarito comentado
Resposta: Certo (C)
Tema central: a questão trata da coexistência de perspectivas tradicional e moderna durante a Revolução Francesa, mostrando que atores como o abade (abbé) Sieyès e Robespierre podem incorporar elementos de ambas.
Resumo teórico claro: em termos simples:
- Perspectiva tradicional = ordem social hierárquica, papel ativo da Igreja/estamentos, legitimidade fundada em privilégios e costumes;
- Perspectiva moderna = soberania popular, cidadania, Estado laico/constitucional, ideias iluministas sobre direitos e representação.
Por que a alternativa C é correta: o modo como o enunciado se refere a Sieyès (um clérigo que redigiu o famoso panfleto "What is the Third Estate?" e defendeu a representação e a soberania da nação) e a Robespierre (defensor da virtude cívica e do Terror em nome do bem público) aponta exatamente essa ambivalência. Ambos têm raízes e linguagem tradicional (ex.: formação clerical, moral religiosa, referências clássicas) e, simultaneamente, projetos políticos modernos (constituição, soberania popular, centralização revolucionária). Logo, a leitura que admite a convivência de perspectivas distintas — até em um mesmo indivíduo — está correta.
Como interpretar o enunciado em provas: procure palavras-chave que indiquem tensão ou coexistência ("convivência", "inclusive por um mesmo indivíduo"). Relacione biografia/posições das figuras citadas a categorias teóricas (tradicional vs moderno) e verifique se o texto permite os dois enquadramentos — aqui, permite.
Fontes recomendadas (para estudo): Sieyès, "What Is the Third Estate?" (1789); Robespierre, discursos sobre moral e virtude (1794); análise historiográfica em François Furet e Lynn Hunt sobre modernidade e continuidade na Revolução.
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