Questão b5eb147d-a4
Prova:UNB 2011
Disciplina:História
Assunto:Medievalidade Europeia, História Geral

O dízimo, imposto que abrangia o universo dos cristãos, possibilitou que os papas, desde a Idade Média até o final do Antigo Regime, destinassem a Roma 10% da riqueza produzida na Europa, o que transformou a Igreja na principal instituição a ser combatida pelos iluministas e revolucionários do século XVIII.


Com base no texto acima, julgue os itens de 23 a 32.

C
Certo
E
Errado

Gabarito comentado

V
Vanessa CamposMonitor do Qconcursos

Resposta: E — Errado

Por que a afirmativa está errada?

O enunciado exagera e generaliza dois pontos centrais: 1) que o dízimo “abrangia o universo dos cristãos” e 2) que os papas destinavam a Roma 10% de toda a riqueza produzida na Europa até o final do Antigo Regime. Ambos são incorretos.

Sobre o dízimo: era um imposto eclesiástico habitual (normalmente aproximadamente 10% de certos rendimentos/agricultura), mas sua aplicação variou regionalmente, temporalmente e segundo categorias sociais. Grande parte do montante ficava nas paróquias locais, mosteiros ou dioceses para sustentar o clero e obras sociais; não há evidência de que cobrisse “todo o universo dos cristãos”.

Sobre o destino dos recursos: nem tudo que se arrecadava como dízimo ou outros tributos eclesiásticos era remetido à Santa Sé. A cúria papal recebia receitas específicas (como rendas dos Estados papais, anuidades, algumas taxas como as annates e o chamado Peter’s Pence), mas a ideia de que Roma centralizava 10% da riqueza europeia é uma hipérbole sem base empírica: receitas e distribuição eram fragmentadas e locais.

Contexto histórico resumido: a Igreja era, de fato, uma instituição poderosa e rica, alvo de críticas iluministas e revolucionárias no século XVIII; porém, crítica e luta política decorriam de privilégios eclesiásticos locais e nacionais, não de uma transferência sistemática de 10% da produção europeia para o papa.

Fontes e leituras recomendadas: verbetes “Tithe” e “Peter’s Pence” na Encyclopaedia Britannica (para conceitos e variações regionais) e obras sobre finanças papais, como Colin Morris, The Papal Monarchy (para perspectiva sobre receitas e limites do poder financeiro papal).

Dica de prova: desconfie de palavras absolutas (ex.: “abrangia o universo”, “10% da riqueza produzida na Europa”); enunciados que generalizam assim costumam estar errados.

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