Ao invocar "Ggum, o Prometeu africano'', a dedicatória de Mayombe, de Pepetela:
Gabarito comentado
Tema central: A questão aborda a dedicatória do romance "Mayombe", de Pepetela, especificamente a relação entre a mitologia africana (Ogun) e a grega (Prometeu), bem como o sentido disso para os guerrilheiros representados na obra.
Para resolver questões como essa, é fundamental reconhecer como os símbolos e mitos são usados para atribuir sentido às ações e motivações das personagens. Nesse caso, a escolha de Ogun — orixá guerreiro e desbravador na tradição africana — e Prometeu — que desafia os deuses em nome da humanidade — aponta para um estímulo à ação desafiadora.
Justificativa da alternativa correta — Alternativa E:
A dedicatória faz uma analogia direta entre os guerrilheiros e figuras mitológicas que desafiaram forças superiores para beneficiar outros. O chamado é claro: conclamar os guerrilheiros à luta. Ao destacar Ogun e Prometeu, Pepetela inspira coragem, persistência e a ideia de quebra de limites, legitimando a causa revolucionária e incitando à ação.
Análise das alternativas incorretas:
A) Denuncia os ódios tribais.
Errada. Embora o tribalismo apareça na narrativa, a dedicatória não foca em conflitos internos, mas na luta coletiva.
B) Reforça os valores ocidentais.
Incorrreta. Apesar de citar Prometeu, a menção a Ogun valoriza explicitamente a tradição africana e o sincretismo, não a hegemonia ocidental.
C) Busca recuperar os antigos mitos gregos.
Limitada e imprecisa. O texto vai além de "recuperar" os mitos gregos, usando-os como base para motivar os combatentes africanos.
D) Identifica as raízes identitárias do povo português.
Incorreta. A referência diz respeito à luta angolana e à sua identidade, não à portuguesa.
Estratégias para futuras questões: Atenção a palavras-chave como "dedicatória", "mito", "inspiração" e a possíveis pegadinhas que confundam função narrativa com temática central do texto. Releia trechos destacados antes de julgar relações de causa e efeito cultural ou histórica.
Resumo: Ao associar os guerrilheiros a Ogun e Prometeu, Pepetela não só homenageia os combatentes da floresta, mas também os incentiva e legitima sua coragem revolucionária.
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