As características aristocráticas, conservadoras e eclesiásticas do sistema feudal, que impediam práticas comerciais e financeiras, explicam a sobrevivência desse sistema até 1789.

Com base no texto acima, julgue os itens de 23 a 32.

Com base no texto acima, julgue os itens de 23 a 32.
Gabarito comentado
Resposta correta: E — Errado
Tema central: compreensão da dinâmica do feudalismo e das transformações econômicas entre a Idade Média e o final do Ancien Régime (séculos XII–XVIII). É preciso distinguir o desaparecimento social/econômico do feudalismo das remanescentes jurídicas e políticas que só foram abolidas em 1789.
Por que a afirmação está errada?
A frase confunde causa e efeito. Ao contrário do que diz o enunciado, não foram características “aristocráticas, conservadoras e eclesiásticas” que impediram o comércio e assim mantiveram o feudalismo até 1789. Desde a alta Idade Média houve expansão comercial, crescimento urbano, moeda e crédito — fatores que erosaram obrigações pessoais e relações servísseis (ver Marc Bloch, Feudal Society; Georges Duby). O processo de declínio do feudalismo foi longo (séculos XII–XVVI), com transformações agrárias, fortalecimento de monarquias e ascensão de formas capitalistas.
O que se manteve até 1789 em países como a França foram vestígios jurídicos e privilégios seigneuriais (dívidas, direitos de rebanho, presentes, etc.), sustentados por estruturas políticas e resistência oligárquica. Esses remanescentes explicam a presença formal do “feudalismo” até a Revolução, não a ausência de comércio ou de práticas financeiras — que já existiam e se desenvolveram.
Dica de prova: quando o enunciado atribui uma relação causal simples (p. ex., “porque X impedia Y, então Z sobreviveu”), questione a cronologia e procure evidências de processos simultâneos (comércio vs. privilégios legais). A Revolução de 1789 aboliu direitos feudais juridicamente, mas a economia capitalista já dominava grande parte da vida social.
Fontes recomendadas: Marc Bloch, Feudal Society; Georges Duby, The Early Growth of the European Economy; E. J. Hobsbawm, The Age of Revolution (contexto tardio).
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