“Escutei tuas palavras, mas não vi qualquer motivo para obedecer-te, antes preferia morrer. Se o que queres é amizade estou pronto a oferecer-te, hoje e sempre; mas quanto a ser teu súdito, isso nunca! Se o que queres é guerra, estou pronto para ela, mas ser teu súdito nunca! Não cairei a teus pés, porque és uma criatura de Deus, assim como eu. Sou sultão aqui na minha terra. Tu és sultão lá na tua.”
Fonte:Machemba, rei dos Yaos de Tanganica atual Tanzânia, ao comandante alemão, em 1890.In: BOAHEN, A.
O desafio colonial. In: Revista Correio da unesco, 07/07/1984.
O trecho citado revela que, no contexto do imperialismo europeu, as populações atacadas muitas vezes se portavam de forma
“Escutei tuas palavras, mas não vi qualquer motivo para obedecer-te, antes preferia morrer. Se o que queres é amizade estou pronto a oferecer-te, hoje e sempre; mas quanto a ser teu súdito, isso nunca! Se o que queres é guerra, estou pronto para ela, mas ser teu súdito nunca! Não cairei a teus pés, porque és uma criatura de Deus, assim como eu. Sou sultão aqui na minha terra. Tu és sultão lá na tua.”
Fonte:Machemba, rei dos Yaos de Tanganica atual Tanzânia, ao comandante alemão, em 1890.In: BOAHEN, A.
O desafio colonial. In: Revista Correio da unesco, 07/07/1984.
O trecho citado revela que, no contexto do imperialismo europeu, as populações atacadas muitas vezes se portavam de forma
Gabarito comentado
Resposta correta: Alternativa B
Tema central: O trecho é um documento de resistência anticolonial. Trata-se da resposta de um líder africano ao avanço europeu no final do século XIX — contexto do imperialismo — e revela rejeição à sujeição política e disposição para a luta em defesa da soberania.
Resumo teórico: No período do imperialismo (final do séc. XIX), as populações africanas reagiram de formas variadas: resistência armada e diplomática, acomodação seletiva ou colaboração. Fontes primárias como o trecho em questão são frequentes para mostrar atitudes de líderes locais. Obras úteis: A. Adu Boahen, The African Experience; John Iliffe, Africans.
Justificativa da alternativa B: B descreve precisamente a atitude do orador: postura resistente, contrário às ações autoritárias dos dominadores. Frases chave do texto — “prefiro morrer”, “isso nunca!” e “Sou sultão aqui na minha terra” — expressam recusa categórica à sujeição e disposição para enfrentar a violência colonial. Assim, B está alinhada com o sentido literal e político do documento.
Análise das alternativas incorretas: - A (pacífica): incorreta — o trecho nega pacificação; o líder afirma prontidão para a guerra e rejeita a dominação. - C (desconfortável): embora exista choque cultural no imperialismo, o excerto não enfatiza apenas um “descompasso de crenças”, mas uma recusa política ativa; portanto C reduz indevidamente o conteúdo. - D (colaborativa): incorreta — não há oferta de mão de obra nem colaboração; o discurso afirma independência e oposição, não cooperação com empreendimentos europeus.
Dica prática para concursos: busque no enunciado palavras e expressões decisivas (“prefiro morrer”, “nunca serei teu súdito”, “sou sultão aqui”) que apontam claramente a posição do autor. Elimine alternativas que contradizem essas marcas textuais ou que generalizam além do que o texto diz.
Fonte principal citada no enunciado: Boahen, A. Adu. The African Experience (sobre o desafio colonial).
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