Questão b38e8e88-06
Prova:SÃO CAMILO 2019
Disciplina:História
Assunto:Período Colonial: produção de riqueza e escravismo, História do Brasil

Uma semelhança e uma diferença entre o panorama descrito no segundo parágrafo do texto e a experiência da colonização portuguesa no Brasil são, respectivamente:

Leia o texto para responder à questão.

    No concernente à mão de obra, a economia colonial hispano-americana baseou-se em variadas formas de trabalho compulsório.
     A escravidão indígena teve, no conjunto, escassa importância, salvo no “ensaio antilhano”, a inícios do século XVI, e nas regiões de “índios bravos”, reduzidos à escravidão quando aprisionados em guerra. A escravização dos rebeldes (“guerra justa”) era, aliás, a única via de legitimação da escravidão indígena, pois desde cedo a Coroa e a Igreja trataram, com relativo êxito, de combater tais práticas. Mas o sucesso desta política deveu-se, em grande medida, à existência de sistemas tributários pré-coloniais no México, na América Central e nos Andes.

(Ronaldo Vainfas. Economia e sociedade na
América Espanhola, 1984. Adaptado.) 

A
a distância geográfica da América Espanhola e do Brasil em relação às Antilhas e o estímulo das elites coloniais hispano-americanas à escravização dos nativos.
B
o sucesso das Coroas espanhola e portuguesa em reprimir a escravização de nativos e a inexistência de tráfico negreiro para a América Espanhola.
C
a existência de sistemas tributários pré-coloniais que facilitaram a difusão do trabalho servil e o apoio dos jesuítas, no Brasil, à escravização dos nativos.
D
o recurso à noção de guerra justa como justificativa para a escravização de nativos e a predominância, no Brasil, do trabalho de africanos escravizados.
E
o caráter tardio das práticas de escravização das populações nativas e a fácil aceitação da escravidão pelos indígenas que habitavam o território brasileiro.

Gabarito comentado

M
Marcelo Torres Monitor do Qconcursos

Tema central: A questão discute as formas de trabalho compulsório nas colônias hispano-americanas e a sua comparação com o caso brasileiro, com destaque para a escravização indígena baseada na doutrina da “guerra justa” e o predomínio do trabalho escravizado africano no Brasil.

Explicação didática: O conceito de guerra justa era utilizado, tanto na América Espanhola quanto no Brasil, como justificativa para escravizar indígenas capturados em conflitos considerados legítimos pelas autoridades coloniais. No entanto, enquanto a escravização indígena teve um papel mais restrito e com resistência da Coroa e da Igreja em ambos os casos, o Brasil se destacou pelo uso intenso e predominante de africanos escravizados como mão de obra, especialmente nos engenhos de açúcar e atividades mineradoras dos séculos XVI a XVIII.

Justificativa da alternativa correta (D):
“O recurso à noção de guerra justa como justificativa para a escravização de nativos e a predominância, no Brasil, do trabalho de africanos escravizados.”
Essa alternativa está correta porque apresenta uma semelhança (o uso da guerra justa para legitimar a escravidão indígena em ambas as áreas coloniais) e uma diferença fundamental (a predominância do trabalho africano escravizado no Brasil). Segundo obras como História do Brasil (Boris Fausto), o tráfico negreiro transatlântico tornou o Brasil o principal destino de africanos escravizados nas Américas.

Análise das alternativas incorretas:

A) Incorreta – A distância geográfica ou incentivo das elites na América Espanhola à escravização dos nativos não são pontos centrais; a repressão vinda da Coroa e Igreja é que atenuou a escravização indígena.
B) Incorreta – O tráfico negreiro existiu na América Espanhola, apenas foi menos intenso do que no Brasil.
C) Incorreta – Os jesuítas eram em geral contrários à escravização indígena no Brasil e a existência de sistemas tributários não se traduz em difusão do trabalho servil.
E) Incorreta – Não houve aceitação fácil da escravidão pelos indígenas brasileiros, que resistiram de diversas formas.

Estratégia de interpretação: Observe palavras-chave (“guerra justa”, “predominância”, “trabalho africano escravizado”). Fique atento à comparação entre semelhanças e diferenças e evite cair em generalizações ou informações factualmente incorretas sobre a aceitação ou repressão da escravidão.

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