Questão b2cf7a69-a6
Prova:
Disciplina:
Assunto:
“Só para mim nasceu Dom Quixote, e eu para ele: ele
para praticar as ações e eu para as escrever (...) a contar
com pena de avestruz, grosseira e mal aparada, as façanhas
do meu valoroso cavaleiro, porque não é carga para os
seus ombros, nem assunto para o seu frio engenho; e a esse
advertirás, se acaso chegares a conhecê-lo, que deixe descansar
na sepultura os cansados e já apodrecidos ossos de
Dom Quixote (...), pois não foi outro o meu intento, senão o
de tornar aborrecidas dos homens as fingidas e disparatadas
histórias dos livros de cavalarias, que vão já tropeçando com
as do meu verdadeiro Dom Quixote, e ainda hão de cair de
todo, sem dúvida."
(Miguel de Cervantes Saavedra, Dom Quixote de la Mancha, 1991)
Sobre a obra em questão, é correto afirmar que
“Só para mim nasceu Dom Quixote, e eu para ele: ele
para praticar as ações e eu para as escrever (...) a contar
com pena de avestruz, grosseira e mal aparada, as façanhas
do meu valoroso cavaleiro, porque não é carga para os
seus ombros, nem assunto para o seu frio engenho; e a esse
advertirás, se acaso chegares a conhecê-lo, que deixe descansar
na sepultura os cansados e já apodrecidos ossos de
Dom Quixote (...), pois não foi outro o meu intento, senão o
de tornar aborrecidas dos homens as fingidas e disparatadas
histórias dos livros de cavalarias, que vão já tropeçando com
as do meu verdadeiro Dom Quixote, e ainda hão de cair de
todo, sem dúvida."
(Miguel de Cervantes Saavedra, Dom Quixote de la Mancha, 1991)
Sobre a obra em questão, é correto afirmar que
(Miguel de Cervantes Saavedra, Dom Quixote de la Mancha, 1991)
Sobre a obra em questão, é correto afirmar que
A
Dom Quixote é um homem de valores de cavalaria, instituição
típica da modernidade ocidental, com suas aventuras
tragicômicas, fruto de suas leituras, que vão do
heroísmo à ingenuidade, caracterizando a sensibilidade
do homem moderno, mais ligado à ciência e à experiência,
em oposição ao primado da fé.
B
o homem medieval, representado por Dom Quixote, considera
a cavalaria, instituição típica do período, o símbolo
dos valores cristãos, como a fé, a honra e a justiça, e vê,
na guerra santa, forma de propagar esses valores, em
defesa do mundo que crê nas lições dos livros sagrados,
sem duvidar das verdades tradicionais.
C
a figura trágica de Dom Quixote é a representação do
homem do mundo antigo, ou seja, aquele que considera
a guerra como missão a fim de louvar os deuses e transformar
as ações em mitos, condenando a injustiça e as
civilizações frágeis, o que possibilita localizar o texto no
final da Antiguidade.
D
Cervantes cria Dom Quixote, o cavaleiro andante, um
fidalgo cujas proezas o tornam inadequado à época
moderna, marcando o limite entre o heroísmo e a fantasia,
pois não só aspira a uma missão purificadora do
mundo como acredita nela, e revela que, na passagem
do homem medieval para o moderno, a cavalaria era algo
ultrapassado.
E
o texto de Cervantes nos conta a aventura de um fidalgo
que, por meio de leituras de livros de cavalaria, torna-se um cavaleiro, uma personagem identificada com os
valores medievais, de guerra, honra e justiça, mostrando
como, na Idade Moderna, esses valores são importantes,
ainda têm lugar e guiam a ação e a consciência do homem
moderno.