“O Exército não tem ambições e não quer poder ou postos. Age abnegadamente por altruísmo brasileiro e fundamentalmente patriótico e, nesse sentido, os chefes do movimento revolucionário querem dar o exemplo, que empresta autoridade à sua crítica aos republicanos que, até agora, ocuparam os altos postos da administração do país.”

O trecho acima faz parte do discurso dos Tenentes rebelados em 1924, em São Paulo, que estavam sob a liderança de Miguel Costa, evidenciando

Resposta correta: Alternativa B

Tema central: o texto remete ao movimento tenentista (décadas de 1920 no Brasil) e às justificativas públicas usadas pelos oficiais rebeldes para criticar a oligarquia republicana e pedir reformas políticas/eleitorais. É importante conhecer o contexto do tenentismo: jovens oficiais insatisfeitos com a corrupção, fraudes eleitorais e o domínio dos grandes proprietários (coronelismo), que defendiam reformas modernizadoras do sistema político.

Resumo teórico: o tenentismo não era unívoco, mas teve traços comuns: espírito reformista, nacionalista e antimcorruptivo; reivindicações por moralização da vida pública, voto mais limpo/representativo e maior intervenção do Estado para modernização. Os levantes de 1922 a 1924 (como em São Paulo) usaram discursos de altruísmo militar para legitimar a crítica às elites civis. Fontes clássicas: Boris Fausto, História do Brasil; Thomas Skidmore, Brazil: Five Centuries of Change.

Por que a alternativa B está correta? O excerto denuncia "republicanos que... ocuparam os altos postos" e apresenta o Exército como exemplo moral, o que ilumina a crítica às elites oligárquicas e a defesa de reformas políticas/eleitorais. Essa linha de argumentação é característica do tenentismo, cujo objetivo central era transformar o jogo político (menos fraude, menos poder dos grandes proprietários, reformas eleitorais e administrativas). Logo, B captura com precisão a motivação principal do trecho.

Análise das alternativas incorretas:

A: embora exista insatisfação com oficiais superiores alinhados à política oligárquica, o trecho enfatiza crítica às elites civis e a busca de reformas gerais — não apenas o descontentamento com a participação desses superiores. A é parcial, não completa.

C: anacrônica/errada: os tenentes não pleiteavam restauração monárquica; defendiam reformas na República. Não há base histórica para afirmar desejo de recolocar a Monarquia.

D: interpretação enganosa: o discurso usa retórica de "não querer poder" para justificar a rebelião, mas o movimento era político e visava mudanças no governo. Logo, não se tratava de apoliticidade real, mas de legitimação moral do ato.

E: imprecisa: os tenentes desejavam intervir politicamente e reformar o sistema, mas a alternativa mistura erro jurídico-histórico (a Constituição de 1891 não é o foco explicativo das motivações tenentistas). Além disso, o movimento não reivindicava apenas o direito formal de participação militar, e sim mudanças no sistema político civil.

Dica de prova: foque em palavras-chave do enunciado ("crítica aos republicanos", "exemplo", "autoridade") e relacione com o objetivo histórico do movimento. Desconfie de alternativas que falam em “apoliticidade” literal ou propostas anacrônicas (restauração da monarquia).

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