A história da república romana, por mais de dois séculos após a sua fundação, consistiu quase totalmente em guerras. Dentre as mudanças que se seguiram à destruição da Monarquia, merece destaque corretamente:
Gabarito comentado
Resposta: Alternativa A
Tema central: trata-se da organização política e dos conflitos iniciais da República Romana — mudança institucional após a queda do Rei, papel dos cônsules, do Senado e das assembleias, e as lutas entre patrícios e plebeus (Conflito das Ordens).
Resumo teórico objetivo: com a expulsão do rei (fim da monarquia, ca. 509 a.C.) Roma institui dois cônsules anuais como chefes do executivo, substituindo a autoridade real por magistraturas colegiadas. O Senado (órgão aristocrático) ampliou sua influência, sobretudo sobre as finanças públicas (aerarium) e sobre a orientação política, limitando a atuação das assembleias por meio de pressão política e do recurso ao prestígio (auctoritas) e às decisões senatorias (senatus consulta). Paralelamente correu o Conflito das Ordens: plebeus buscaram direitos políticos e proteção contra arbítrio patricial, resultando em conquistas graduais (Doze Tábuas, leis Licínia-Sextia, Lex Hortensia).
Fontes e referências rápidas: Livio, Ab Urbe Condita (fontes antigas); Lei das Doze Tábuas (451–450 a.C.); Lei Licínia–Sextia (367 a.C.); Lex Hortensia (287 a.C.); síntese moderna: Theodor Mommsen, História de Roma.
Por que a alternativa A está correta? Ela descreve com precisão as mudanças institucionais fundamentais: (1) o rei foi substituído por dois cônsules eleitos (princípio colegiado e anualidade); (2) o Senado passou a exercer controle crescente sobre os fundos públicos e a influência sobre as decisões das assembleias — o enunciado refere-se ao real ganho de poder senatorial após a monarquia. Essa formulação corresponde ao quadro consagrado pela historiografia e pelas fontes antigas.
Análise das alternativas incorretas
B — Errada. Inverte os papéis: os patrícios eram a aristocracia, descendentes das famílias senatoriais e dos antigos chefes, enquanto os plebeus eram pequenos proprietários, artífices e comerciantes.
C — Errada. A Lei das Doze Tábuas (451–450 a.C.) foi uma codificação que protegia direitos e limitava arbitrariedades patriciais, mas não conferiu "plenos poderes aos plebeus". Foi um avanço jurídico, não a transferência total do poder.
D — Errada. Data e afirmação incorretas: a vitória plebeia que permitiu um cônsul plebeu ocorreu com a Lei Licínia–Sextia em 367 a.C., e o primeiro cônsul plebeu eleito em 366 a.C. A alternativa mistura e deturpa fatos.
E — Errada. Lex Hortensia (287 a.C.) consolidou vitórias plebeias: tornou os plebiscitos obrigatórios para toda a população sem necessidade de aprovação do Senado — portanto favoreceu os plebeus, não a vitória dos patrícios.
Dica de estratégia para provas: identifique termos-chave (nomes de leis, datas, quem era patrício/plebeu) e verifique se a alternativa respeita a direção correta dos conflitos (quem ganhou ou perdeu). Datas e leis (Doze Tábuas, Licínia–Sextia, Hortensia) são pontos decisivos para eliminar alternativas.
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