Os recursos expressivos e o enfoque do tema emprestam ao texto um caráter:

Tema central: Esta é uma questão de interpretação de texto, cujo objetivo é identificar a perspectiva expressiva e temática do poema apresentado, especialmente no que diz respeito a um enfoque político-social.

Explicação da alternativa correta (B):
O trecho enfatiza as difíceis condições de vida dos trabalhadores que participam do processo de produção do açúcar: “homens que não sabem ler e morrem de fome aos 27 anos”, “plantaram e colheram a cana”, “Em usinas escuras, homens de vida amarga e dura”. Esses versos revelam desigualdades sociais e econômicas, denunciando a exploração do trabalho rural e industrial. Segundo a norma-padrão, textos de enfoque político-social buscam sensibilizar para injustiças e promover reflexão crítica — exatamente o que o texto faz, articulando recursos expressivos (como a antítese entre “vida amarga” e “açúcar branco e puro”) para evidenciar o contraste social.

Autores de referência, como Evanildo Bechara e Celso Cunha, destacam que a análise da intenção comunicativa é fundamental para a correta interpretação literária. Aqui, não se vê intenção puramente informativa, mas sim denúncia social.

Análise das alternativas incorretas:

A) Informativo: A resposta estaria correta se o texto focasse somente no processo da cana ao açúcar, mas o foco central é nas condições humanas e sociais dos trabalhadores, não no processo fabril.

C) Panfletário: Um texto panfletário é imediato e sem valor poético, pretendendo “convocar” para a militância. O texto aqui, no entanto, mantém lirismo e recursos literários.

D) Conformista: O “eu lírico” demonstra consciência social e não se mostra indiferente. O contraste ao mencionar seu café em Ipanema aponta para crítica reflexiva, não para conformismo.

Estratégia de resolução: Ao fazer questões desse tipo, observe sempre palavras de valor (ex: “morrem de fome”, “vida amarga”) e contraste-as com expressões conclusivas; foque em identificar se há denúncia social, simples descrição ou apelo panfletário, evitando confundir crítica poética com neutralidade ou mera informação.

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