Nós nos encontramos todos aqui e o milagre desse encontro enche nossa alma. Cada um de vocês pode me ver e eu não posso ver a cada um de vocês, mas eu os sinto e vocês me sentem. É a fé em nosso povo que, de pequenos, nos tornou grandes, de pobres, nos fez ricos, de homens angustiados, desencorajados e hesitantes que éramos, fez de nós homens corajosos e valentes, aos homens errantes que éramos, nos deu a visão e nos reuniu a todos.
(Adolf Hitler, discurso de 1936. Apud Alcir Lenharo. Nazismo: “o triunfo da vontade”, 1986.)
Podemos dizer que Hitler se apresenta, no fragmento de discurso acima, como
(Adolf Hitler, discurso de 1936. Apud Alcir Lenharo. Nazismo: “o triunfo da vontade”, 1986.)
Podemos dizer que Hitler se apresenta, no fragmento de discurso acima, como
Gabarito comentado
Alternativa correta: A
Tema central: análise de discurso político e identificação da figura do líder no nazismo — especialmente o Führerprinzip, que apresenta Hitler como guia carismático da nação, promotor da unidade e da “ressurreição” nacional após crises.
Resumo teórico: o nazismo explorou liderança carismática e linguagem coletiva (“nos”, “nosso povo”) para legitimar um líder que encarna a vontade nacional. Isso é descrito por historiadores como Ian Kershaw (Hitler: 1889–1936) e por estudos sobre fascismo (ex.: Roger Eatwell) que destacam a centralidade do líder que guia a recuperação política e econômica.
Por que a alternativa A é correta: o trecho exalta o líder como guia da comunhão nacional — “a fé em nosso povo... nos reuniu a todos”, “fez de nós homens corajosos” — e aponta para superação de um passado de angústia e pobreza. Isso corresponde exatamente à ideia de um líder que promete restaurar a nação após crises políticas e econômicas.
Análise das alternativas incorretas:
B — Invoca tradição imperial; porém o discurso não remete à herança do Kaiser nem à vitória na Primeira Guerra (que foi derrota). O foco é religioso-patriótico e populista, não a continuidade imperial.
C — “Representante dos alemães no processo de formação do Estado nacional” remete a um papel constitucional ou fundacional do século XIX (unificação de 1871). Hitler não se apresenta como simples representante institucional, mas como guia revolucionário e mobilizador de massas.
D — Não há no fragmento qualquer menção a sacrifício pessoal ou a auxílio divino; o argumento é secular e baseado na fé no povo e no líder, não na intervenção religiosa.
E — Afirma que ele é “igual aos outros”; o texto contrapõe essa ideia: o líder é percebido como especial e responsável pela transformação coletiva — não um cidadão comum.
Dica de prova: busque palavras-chave (nos, fé, nos tornou grandes, senti-los) que indiquem relação entre líder e povo; desconfie de alternativas que minimizem o caráter autoritário/carismático quando o enunciado exalta personalidade e guia coletivo.
Fontes sugeridas: Ian Kershaw, "Hitler 1889–1936: Hubris"; Roger Eatwell, "Fascism: A History".
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