Na introdução de um panfeto publicado em 1789, quando a Revolução Francesa era iminente, o bispo Sieyès escreveu:


"Devemos formular três perguntas:
- O que é o Terceiro Estado? Tudo.
- O que ele tem sido até agora na ordem política? Nada.
- O que ele pede? Ser alguma coisa."

(SIEYÈS, E. J. Qu’est-ce que le Tiers État? In: História contemporânea através de textos. São Paulo: Contexto, 2001. p. 19).


Durante a Revolução Francesa, uma das principais reivindicações do Terceiro Estado foi a

Resposta correta: A

Tema central: O enunciado trata do papel do Terceiro Estado na Revolução Francesa e de suas reivindicações fundamentais. É preciso lembrar o sistema dos três estados (clero, nobreza e terceiro estado) e os privilégios legais do clero e da nobreza.

Resumo teórico: O Terceiro Estado englobava a burguesia, os camponeses e os trabalhadores urbanos. Antes de 1789, apesar de representar a maioria da população e da riqueza, tinha pouca representação política e sofria impostos e limitações impostas pelos privilégios feudais. Intelectuais como Sieyès articulavam essa insatisfação. A Revolução buscou, entre outras coisas, a igualdade jurídica e o fim dos privilégios (Ver: Sieyès, Qu’est‑ce que le Tiers‑État?; Déclaration des Droits de l’Homme et du Citoyen, 1789).

Por que a alternativa A é a correta: A opção A — instauração da igualdade civil, pondo fim aos privilégios — sintetiza exatamente a reivindicação principal do Terceiro Estado. Sieyès afirma que o Terceiro Estado é “tudo” mas na ordem política é “nada”: reivindicava reconhecimento jurídico e a eliminação dos privilégios de nascimento (isenções fiscais, direitos feudais, foro especial). A Declaração de 1789 formalizou esses princípios, consagrando igualdade perante a lei.

Análise das alternativas incorretas:

B — Limitação da participação popular: incorreta. O Terceiro Estado buscava ampliar sua participação política, não limitar.

C — Criação de novo estamento só da burguesia: incorreta. O Terceiro Estado já era o estamento comum (incluindo burguesia, camponeses e trabalhadores); a demanda era por representação e igualdade para todo o Terceiro Estado, não por subdividi‑lo criando um novo estamento exclusivo.

D — Ascensão política dos nobres em detrimento do poder real: incorreta. Os nobres já eram privilegiados; a luta do Terceiro Estado visava reduzir privilégios aristocráticos e controlar o poder real, não fortalecer a nobreza.

E — Ampliação do poder real em detrimento do clero e da nobreza: incorreta. A tendência revolucionária foi limitar o absolutismo real e submeter rei e ordens a leis comuns; não havia pedido para ampliar o poder do rei.

Estratégia de resolução: ao ler enunciados sobre o Terceiro Estado, procure termos como igualdade, fim dos privilégios, representação. Desconfie de alternativas que invertam os sujeitos (ex.: “ascensão dos nobres”) ou que proponham o oposto do que o texto de Sieyès defende.

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