A Primeira Guerra Mundial (1914-1918), por ter
afetado mais intensamente os países periféricos, não
teve impacto suficiente nos países centrais da Europa,
a ponto de abalar a crença no progresso moral da
humanidade.
O historiador Nicolau Sevcenko, na obra A corrida para
o século XXI, utiliza a imagem de uma montanha-russa
como metáfora para descrever os movimentos históricos
e sociais que marcaram os séculos XIX e XX.
Considerando essa comparação e seus conhecimentos
sobre esse período, assinale o que for correto.
Gabarito comentado
Resposta: E — Errado
Tema central: a afirmação trata do impacto da Primeira Guerra Mundial e de seus efeitos sobre a crença no progresso. Para responder é necessário conhecer as consequências políticas, sociais e culturais do conflito, especialmente na Europa central.
Resumo teórico sucinto: A Primeira Guerra Mundial (1914‑1918) não foi um choque marginal: provocou milhões de mortos, colapsos de impérios (Austro‑Húngaro, Russo, Otomano), revoluções (ex.: Rússia, 1917), crises econômicas (dívidas, inflação, recuperação difícil) e profundas rupturas culturais (literatura, arte e pensamento pacifista/niilista). Autores relevantes: Nicolau Sevcenko (metáfora da montanha‑russa), Eric Hobsbawm (The Age of Extremes), Christopher Clark (The Sleepwalkers) e Margaret MacMillan (The War That Ended Peace).
Por que a afirmativa é errada: a frase afirma que a guerra “afetou mais intensamente os países periféricos” e que, por isso, “não teve impacto suficiente nos países centrais … a ponto de abalar a crença no progresso moral da humanidade.” Isso contradiz evidências históricas: os países centrais — sobretudo França, Alemanha, Reino Unido, Áustria‑Hungria e Rússia — sofreram perdas humanas massivas, destruição material e desagregação política. A própria queda dos impérios centrais e a Revolução Russa mostram impacto direto e profundo. Culturalmente, a experiência de trincheiras e massacres abalou a fé no progresso (poesia de guerra, literatura modernista, movimentos pacifistas). Logo, a guerra derrubou — e não preservou — a crença otimista no progresso em muitos setores da sociedade europeia central.
Dica de interpretação para provas: desconfie de generalizações absolutas do tipo “mais intensamente” ou de deslocamento exclusivo do efeito para a “periferia”. Verifique consequências políticas, econômicas e culturais nos centros do conflito — são pistas decisivas para julgar certo/errado.
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