Na Idade Média, devido às especificidades das condições materiais do período, as definições Homo sapiens, Homo ludens e Homo faber correspondiam, respectivamente, a clero, nobreza e povo.

Resposta: E — Errado

Tema central: trata-se da confusão entre categorias antropológicas/filosóficas (Homo sapiens, Homo ludens, Homo faber) e a divisão social medieval em ordens (clero, nobreza, povo). Para resolver, é preciso saber o que cada conceito significa e comparar escopos conceituais — não apenas nomes.

Resumo teórico sucinto:

• Homo sapiens: termo taxonômico (Linnaeus, 1758) que designa a espécie humana; em sentido amplo refere-se ao ser humano racional.
• Homo ludens: conceito cultural de Johan Huizinga (Homo Ludens, 1938): o homem que opera através do jogo e da atividade lúdica como geradora de cultura.
• Homo faber: ideia sobre o homem que fabrica e transforma o mundo por meio do trabalho e da técnica (discutida por autores como Hannah Arendt).

Por que a afirmativa é falsa: os três termos são categorias analíticas/antropológicas e não correspondem de forma direta às "ordens" medievais. A sociedade medieval costumava ser dividida em oratores (clero), bellatores (nobreza/guerreiros) e laboratores (trabalhadores/camponeses). Mesmo que Homo faber sugira relação com trabalho (laboratores), isso não autoriza mapear os outros conceitos rigidamente com clero e nobreza. Homo sapiens não é função social — é a designação da espécie humana; Homo ludens descreve um modo cultural (jogo), que atravessa classes e não é exclusividade da nobreza. Além disso, papéis e atividades medievais eram móveis e sobrepostos (ex.: monges como produtores de saber e tecnologia; nobres em práticas lúdicas como torneios, mas também em governo e guerra).

Estratégia para provas: antecipe o erro lógico: quando um enunciado associa categorias de natureza diferente (biológica/filosófica × estrutura social), desconfie. Em questões C/E, verifique escopo conceitual e exemplos históricos concretos antes de aceitar correspondência total.

Fontes úteis: Johan Huizinga, Homo Ludens (1938); Linnaeus, Systema Naturae (1758); Hannah Arendt, The Human Condition (1958).

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