Thomas Mun (1571-1641) foi um mercador inglês, sócio e alto funcionário da Companhia das Índias Orientais. Em um
escrito de 1630, avaliou as políticas econômicas dos reinos europeus e sugeriu meios para gerar riqueza.
“Em todos os lugares assim que se vê transportar dinheiro para fora do país, escutam-se os lamentos daqueles que gritam
que dinheiro perdido é razão de miséria e ruína. (...) Eu não creio que haja quem queira ou possa me contradizer quando
afirmo que, não tendo nós minas, não temos outro modo de obter dinheiro a não ser o de traficar naqueles países que as
têm. Ora, pode-se traficar de três maneiras nestes países: ou levando nossas mercadorias para trocá-las por aquelas que
não possuímos; ou vendê-las por pelo menos uma parte em dinheiro vivo; ou levando conosco dinheiro, para comprá-las,
de modo que transportando-as alhures e vendendo-as, possamos obter algum dinheiro. A primeira não nos dá dinheiro.
A segunda gera bem pouco dinheiro, pois são poucas as nações que querem comprar as nossas mercadorias pagando à
vista. De modo que apenas na terceira maneira de traficar, podemos esperar obter muitos ganhos.”
Traduzido e adaptado de Thomas Mun. England’s Treasure by Forraign Trade. (1664). New York, Macmillan & Co., 1895, p. 65.
Sobre os pressupostos mercantilistas utilizados pelo autor para defender as suas posições em matéria econômica, é
correto afirmar que:
Thomas Mun (1571-1641) foi um mercador inglês, sócio e alto funcionário da Companhia das Índias Orientais. Em um escrito de 1630, avaliou as políticas econômicas dos reinos europeus e sugeriu meios para gerar riqueza.
“Em todos os lugares assim que se vê transportar dinheiro para fora do país, escutam-se os lamentos daqueles que gritam que dinheiro perdido é razão de miséria e ruína. (...) Eu não creio que haja quem queira ou possa me contradizer quando afirmo que, não tendo nós minas, não temos outro modo de obter dinheiro a não ser o de traficar naqueles países que as têm. Ora, pode-se traficar de três maneiras nestes países: ou levando nossas mercadorias para trocá-las por aquelas que não possuímos; ou vendê-las por pelo menos uma parte em dinheiro vivo; ou levando conosco dinheiro, para comprá-las, de modo que transportando-as alhures e vendendo-as, possamos obter algum dinheiro. A primeira não nos dá dinheiro. A segunda gera bem pouco dinheiro, pois são poucas as nações que querem comprar as nossas mercadorias pagando à vista. De modo que apenas na terceira maneira de traficar, podemos esperar obter muitos ganhos.”
Traduzido e adaptado de Thomas Mun. England’s Treasure by Forraign Trade. (1664). New York, Macmillan & Co., 1895, p. 65.
Sobre os pressupostos mercantilistas utilizados pelo autor para defender as suas posições em matéria econômica, é correto afirmar que:
Gabarito comentado
Alternativa correta: B
Tema central: trata-se do mercantilismo — doutrina econômica dos séculos XVI–XVIII que valorizava a acumulação de metais preciosos e um saldo comercial favorável. Para resolver a questão, identifique palavras-chave do trecho (ex.: “traficar”, “obter dinheiro”, “minas”) e relacione-as aos princípios mercantilistas.
Resumo teórico: o mercantilismo (ou bullionism) defende que a riqueza do Estado se mede pelo estoque de metais preciosos; para aumentá‑lo, busca‑se uma balança comercial favorável — exportar mais do que importar — e políticas estatais protecionistas. Fonte: Thomas Mun, England’s Treasure by Forraign Trade (1664). Crítica clássica: Adam Smith, A Riqueza das Nações (1776).
Por que a alternativa B é correta: o trecho de Mun afirma que a primeira maneira de comércio “não nos dá dinheiro”, a segunda “gera bem pouco” e a terceira — levar dinheiro para comprar e depois revendê‑lo — é a que traz “muitos ganhos”. Ou seja, ele valoriza o afluxo de moeda via comércio exterior como fonte de enriquecimento nacional, exatamente o sentido da alternativa B.
Análise das alternativas incorretas:
A — parcialmente verdadeira historicamente (mercantilistas valorizavam metais), mas a sentença afirma “principalmente pela acumulação mantidos dentro do próprio Reino”. O texto de Mun enfatiza o papel do comércio para trazer moeda, não apenas o hoarding estático; portanto A é imprecisa frente ao enunciado.
C — errado: a ideia de que maior comércio reduz risco de guerra é argumento liberal/integradista moderno (interdependência) — não é pressuposto mercantilista.
D — contrário ao mercantilismo. Mercantilistas defendiam intervenção e protecionismo estatal, não livre concorrência e laissez‑faire (princípios do liberalismo clássico).
E — mistura corretos elementos (balança favorável, protecionismo) com uma formulação errada: política alfandegária sobre colônias com minas não resume a estratégia mercantilista e a frase está mal construída historicamente; o foco mercantilista está em controlar fluxos e acumular metal no metrópole, não simplesmente em “alfandegar” minas coloniais.
Dicas de prova: procure termos como “afluir”, “acumular metais”, “balança favorável” → apontam mercantilismo. Desconfie de alternativas que tragam ideias liberais (liberdade econômica) ou extrapolem o texto com detalhes imprecisos.
Fontes rápidas: Thomas Mun, England’s Treasure (1664); Adam Smith, The Wealth of Nations (1776); manuais de História Econômica para concursos.
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