Para o marxismo, o ser humano constitui-se como tal e como ser social mediante a produção e reprodução das
condições materiais de sua existência através do trabalho. Daí a crítica de Marx ao idealismo burguês ao afirmar
que não são as ideias, a consciência que determinam a realidade social. Ao contrário, são as ideias e os valores
que são determinados pela realidade social. Nessa perspectiva, as relações do homem com o trabalho e com a
própria sociedade sofreram transformações decisivas, dentre as quais destaca-se a seguinte:
Gabarito comentado
Alternativa correta: C
Tema central: o enunciado trata da visão marxista sobre a formação do indivíduo pela produção material (trabalho) e da crítica à alienação do trabalho em sociedades capitalistas. É essencial compreender conceitos como trabalho, humanização, alienação e relação entre base (forças e relações de produção) e superestrutura.
Resumo teórico rápido: Para Marx, o trabalho é atividade criadora que humaniza o indivíduo: ao transformar a natureza, o homem realiza-se social e pessoalmente. Porém, sob o capitalismo, o trabalho torna-se alienado — o trabalhador não controla o processo produtivo nem o produto; perde-se a possibilidade de realização humana (ver Marx, Manuscritos Econômico-Filosóficos, 1844; Prefácio de 1859).
Por que a alternativa C é correta: Ela resume com precisão a tese marxista: o trabalho é meio de humanização, mas, quando se converte em trabalho alienado (exploração, perda de autonomia, mercadoria do próprio trabalho), torna-se fonte de desumanização. Isso condensa a crítica marxiana à forma capitalista do trabalho.
Análise das alternativas incorretas:
A: Incorreta — afirma que a educação é único elemento da superestrutura independente da economia; contraria diretamente a relação base-superestrutura, em que a superestrutura é determinada pela base econômica.
B: Incorreta — inverte a explicação marxista, atribuindo às ideias a primazia sobre as condições materiais (retorno ao idealismo burguês que Marx critica).
D: Incorreta — afirma que a subjetividade não é mais afetada pelas forças produtivas; contradiz a concepção marxista de que as condições materiais moldam consciência e subjetividade.
E: Incorreta — apresenta uma visão meritocrática da escola como mecanismo de ascensão neutra; na teoria crítica (Marxista), a escola é parte da superestrutura que reproduz relações de classe, não garante igualdade real.
Dica de interpretação para provas: procure termos-chave (ex.: "trabalho alienado", "determinam", "independência da superestrutura"). Frases que invertem causalidade material → ideológica geralmente são armadilhas quando o enunciado pede perspectiva marxista.
Fontes rápidas: Karl Marx, Manuscritos Econômico-Filosóficos (1844); Prefácio a "Uma Contribuição à Crítica da Economia Política" (1859).
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