Em 325 d.C. o Imperador Constantino
convocou o Concílio de Nicéia. O fragmento
textual a seguir é do credo retirado deste
Concílio:
“Cremos em um só Deus, Pai todo poderoso,
Criador de todas as coisas, visíveis e invisíveis;
E em um só Senhor, Jesus Cristo, Filho de
Deus, gerado do Pai, unigênito, isto é, da
substância do Pai, Deus de Deus, Luz da Luz,
Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado,
não criado, consubstancial do Pai, por quem
todas as coisas foram feitas no céu e na terra, o
qual por causa de nós homens e por causa de
nossa salvação desceu, se encarnou e se fez
homem, padeceu e ressuscitou ao terceiro dia,
subiu aos céus e virá para julgar os vivos e os
mortos; E no Espírito Santo. Mas quantos
àqueles que dizem: ‘existiu quando não era’ e
‘antes que nascesse não era’ e ‘foi feito do
nada’, ou àqueles que afirmam que o Filho de Deus é uma hipóstase ou substância diferente,
ou foi criado, ou é sujeito à alteração e
mudança, a estes a Igreja Católica
anatematiza”.
Primeiro Concílio Ecumênico de Nicéia.
Disponível em:
http://www.ecclesia.com.br/biblioteca/historia_da_igreja/primeiro_concilio_ecumenico_de_niceia.html
Acesso em: 18 de abril de 2011.
A partir da leitura do fragmento textual,
assinale a alternativa correta.
Gabarito comentado
Resposta correta: Alternativa D
Tema central: o trecho é do Credo de Nicéia (325 d.C.) e trata da definição da natureza de Cristo frente ao arianismo — doutrina de Ário, sacerdote de Alexandria, que negava a plena divindade do Filho. O assunto é relevante para entender como a Igreja cristã formulou dogmas e sua relação com o poder imperial.
Resumo teórico: no Concílio de Nicéia (convocado por Constantino) foi definida a fórmula homoousios — “consubstancial ao Pai” — para afirmar que o Filho é da mesma substância divina do Pai. Isso condenou o arianismo, que sustentava que o Filho foi criado e, portanto, não plenamente divino. (Fonte: Credo Niceno; síntese em obras sobre história do cristianismo e documentos conciliares.)
Por que a alternativa D está correta: ela identifica o adversário teológico (Ário) e explica corretamente que o Concílio definiu a igualdade de substância entre Pai e Filho e condenou o arianismo. Isso corresponde exatamente ao conteúdo do trecho citado — uso de termos como “unigênito”, “não criado”, “consubstancial do Pai” e a anátema contra quem dizia que o Filho foi criado.
Por que as outras alternativas estão incorretas:
A — Incorreta. O texto anatematiza posições internas sobre a natureza de Cristo (arianismo), não “todas as religiões que não aceitam Jesus”, e os islâmicos surgiram séculos depois (século VII).
B — Incorreta. O objetivo do concílio não foi promover fragmentação ou subordinação da Igreja a um Estado laico; ao contrário, buscou resolver uma disputa doutrinária para manter unidade religiosa e política no Império.
C — Incorreta. Não se trata de julgar um bispo “de Nicéia” que duvidasse da divindade, mas de confrontar Ário (alexandrino) e das definições dogmáticas sobre Cristo; também a descrição é imprecisa quanto ao acusado e ao motivo.
E — Incorreta. Embora Constantino tenha tido papel político, o Concílio não foi a medida para tornar o cristianismo a religião oficial — isso ocorreu formalmente em 380 d.C. (Edito de Tessalônica por Teodósio I). O foco em Nicéia foi doutrinário (arianismo).
Dica de prova: ao ler enunciados, identifique termos-chaves (ex.: “consubstancial”, “unigênito”, “anatematiza”, nomes como Ário). Eles sinalizam respostas ligadas a concílios e controvérsias cristológicas.
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