Na década de 1950, com a construção de Brasília, consolida-se uma estrutura de planejamento estatal que tem na
intervenção do território a linha mestra de atuação. A capacidade geográfica do Estado, como produtor de espaço, mostrou-se em sua plena potência nessa obra e no adensamento
da malha rodoviária realizado no governo de Juscelino Kubitschek. Teorias de ponta da “melhor geografia internacional”
estavam na base do planejamento estatal da época, prática
bem ilustrada na criação das Superintendências de Desenvolvimento.
(Antonio C. R. Moraes. Território e história do Brasil, 2005. Adaptado.)
O planejamento estatal apontado no excerto tinha como
objetivo
Gabarito comentado
Alternativa correta: D
Tema central: planejamento estatal e intervenção territorial no Brasil dos anos 1950 — especialmente a ação do governo Juscelino Kubitschek (Plano de Metas, construção de Brasília) e a criação de superintendências regionais (ex.: SUDENE) visando integrar e desenvolver áreas atrasadas.
Resumo teórico: O período JK (1956–1961) priorizou um modelo de desenvolvimento baseado no intervencionismo estatal e em planejamento técnico: infraestrutura (rodovias, Brasília), indústria e órgãos públicos de desenvolvimento regional. O objetivo não era apenas urbanizar, mas reduzir disparidades regionais e promover crescimento em áreas estagnadas. Fontes úteis: Plano de Metas (1956–1961); Lei nº 3.692/1959 (cria a SUDENE); Antonio C. R. Moraes, Território e história do Brasil.
Por que a alternativa D está correta: ela sintetiza a finalidade real das políticas citadas no enunciado — diminuir desigualdades regionais por meio de mecanismos estatais que impulsionassem regiões economicamente e socialmente estagnadas. A construção de Brasília e a malha rodoviária foram instrumentos de integração territorial e estímulo ao desenvolvimento interno, e as superintendências tinham justamente essa função técnica e redistributiva.
Análise das alternativas incorretas:
A — fala em “aumentar transferência de capitais para estados pobres por incentivo às migrações”. Embora migrações internas ocorressem, a meta do planejamento não era migratória como fim, mas integração e desenvolvimento regional por investimentos e infraestrutura.
B — menciona “investimentos financeiros internacionais em setores sociais”. O roteiro JK foi financiado principalmente por capitais nacionais e crédito externo para industrialização e obras civis; o foco não era atração de investimentos sociais internacionais como instrumento central.
C — trata de controle da inflação via subsídios fiscais diferenciados para exportação. Isso remete a política econômica setorial, não ao objetivo territorial e de redução de desigualdades apontado no texto.
E — propõe “aumentar concorrência entre estados pela diferença de impostos”, o que contraria a lógica do planejamento integrado; o objetivo era coordenação e redução de desigualdades, não criar competição fiscal entre unidades federativas.
Dica de prova: identifique palavras-chave do enunciado — “intervenção do território”, “Superintendências de Desenvolvimento”, “construção de Brasília” — que anunciam políticas de desenvolvimento regional. Relacione-as a objetivos: integração, interiorização do desenvolvimento e redução das desigualdades.
Referências rápidas: Plano de Metas (Programa de Governo JK); Lei nº 3.692/1959 (SUDENE); Antonio C. R. Moraes, Território e história do Brasil.
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