A idéia de cidadania surgiu no contexto da Revolução Francesa, baseada na Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. A noção de que todos os homens são iguais perante a lei se expandiu pelo mundo durante o século XIX, mas ganhou interpretações distintas nos diferentes países. No Brasil, durante o Império, a cidadania adquiriu um caráter muito diferente do ideal europeu, porque foi aplicada a um contexto marcado pela

Tema central: a questão trata da diferença entre o ideal de cidadania nas Revoluções liberais europeias e sua aplicação prática no Brasil imperial. É preciso lembrar que, embora o discurso jurídico falasse em igualdade perante a lei (Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, 1789), o Brasil do século XIX tinha instituições e práticas que negavam essa igualdade a parcela significativa da população.

Resumo teórico: a ideia moderna de cidadania pressupõe direitos civis e políticos garantidos a indivíduos livres e iguais perante a lei. Na Europa pós‑Revolução Francesa, esse ideal inspirou mudanças. No Brasil imperial, entretanto, a cidadania foi seletiva: o sistema político e social excluía escravos, mulheres e grande parte dos não proprietários. Fontes importantes: Declaração de 1789; para o Brasil, obras clássicas como José Murilo de Carvalho, "Cidadania no Brasil", e a legislação do período (Constituição de 1824, leis eleitorais) mostram exclusões formais.

Justificativa da resposta B: a palavra que completa o enunciado é "escravidão", porque a presença da escravidão no Império brasileiro determinou que a cidadania fosse restrita aos livres e, entre estes, a grupos com renda, escolaridade ou status social. A escravidão confrontava diretamente o princípio de igualdade: pessoas escravizadas não tinham direitos civis nem políticos, situação só formalmente superada com a Lei Áurea (1888).

Por que as outras alternativas estão erradas: - A — colonização: a colonização é processo histórico anterior e mais amplo; não é o fator específico que “marcou” a aplicação da cidadania no Império. - C — igualdade: contradiz o sentido do enunciado: se a cidadania tivesse sido aplicada por um contexto de igualdade, não haveria ressalva; o texto aponta uma condição que distorce o ideal. - D — liberdade: semelhante a igualdade — liberdade é um ideal, não o traço social que impediu sua plena realização no Brasil imperial.

Estratégias para resolver questões assim: - Identifique palavras-chave do enunciado: aqui, “marcado pela …” aponta para um traço social concreto e limitador. - Relacione ideias abstratas (igualdade/liberdade) com práticas históricas (escravidão, exclusão eleitoral). - Use conhecimentos de legislação e datas: Constituição de 1824, sistema de voto censitário, e Lei Áurea (1888) ajudam a confirmar a resposta.

Fontes e leituras recomendadas: Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (1789); José Murilo de Carvalho, Cidadania no Brasil; estudos sobre a legislação do Império e a abolição (Lei Áurea, 1888).

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