Para além dos aspectos estritamente econômicos, a Revolução Industrial representou uma mudança social fundamental em outros aspectos da vida dos trabalhadores. Assinale a alternativa que contém as novas características do trabalho industrial.

Resposta correta: Alternativa E

Tema central: A questão trata das transformações no mundo do trabalho provocadas pela Revolução Industrial — especialmente a passagem de formas pré-industriais (trabalho doméstico, agrícola ou comunitário) para o trabalho fabril assalariado, disciplinado e concentrado nas fábricas.

Resumo teórico claro: A Revolução Industrial (séculos XVIII–XIX) introduziu a produção mecanizada em grande escala. Entre as mudanças-chave estiveram:

- Proletarização: trabalhadores deixam da produção independente/doméstica para vender força de trabalho por salário.
- Disciplina fabril: controle do tempo (jornada, relógio), hierarquia, rotina e divisão de tarefas.
- Deslocamento e urbanização: migração para cidades e segregação entre trabalho e lar.

Fontes úteis: E. P. Thompson, The Making of the English Working Class; Eric Hobsbawm, The Age of Revolution / Industry and Empire; Karl Marx, O Capital (conceito de trabalho assalariado e mais‑valia).

Justificativa da alternativa E: Ela sintetiza os elementos centrais: a proletarização (formação de uma classe de assalariados) e a submissão do trabalho à disciplina fabril (ritmo imposto por máquinas, jornadas, supervisão). Esses são traços distintivos do trabalho industrial e aparecem consistentemente na bibliografia clássica sobre industrialização.

Análise das alternativas incorretas:

A — Trabalho na agricultura de subsistência: característico do mundo pré-industrial e rural; não descreve o novo trabalho fabril.

B — Trabalho familiar/doméstico com grandes ganhos: descreve o sistema doméstico ou putting-out, que antecede a fábrica; não houve “grandes ganhos” generalizados para a classe trabalhadora — ao contrário, houve precarização.

C — Trabalho comunitário e mentalidade religiosa: refere-se a formas coletivas tradicionais (mutirões) e valores culturais, não às dinâmicas de produção assalariada e disciplinada das fábricas.

D — Expansão de moral hedonista e aristocrática: aponta para valores de elites, não para as condições do proletariado urbano; não é característica do trabalho industrial.

Dica de interpretação para provas: Busque palavras-chave no enunciado (ex.: “novas características”, “trabalhadores”) e nas alternativas (ex.: “proletarização”, “fabril”, “doméstico”). Relacione-as ao processo histórico: se a alternativa descreve produção em massa, disciplina do tempo e assalariamento, é provável que seja correta.

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