Questão 92a07216-fd
Prova:UNICENTRO 2018
Disciplina:História
Assunto:História Geral, Expansão Comercial a Marítima: a busca de novos mundos

São fatores da expansão marítima portuguesa no século XV

A
Fragmentação do poder político, fortalecimento da nobreza feudal e crescimento das atividades agrícolas.
B
Centralização monárquica, apoio da burguesia mercantil e ação do Estado.
C
Instabilidade política interna, absolutismo e burguesia industrial crescente.
D
Perseguição religiosa, necessidade de povoamento e mercantilismo.
E
Destino manifesto, estado mínimo e empreendedorismo.

Gabarito comentado

V
Vanessa CamposMonitor do Qconcursos

Resposta correta: B

Tema central: A pergunta trata dos fatores que impulsionaram a expansão marítima portuguesa no século XV — processo histórico que explica a formação do império ultramarino português e a nova dinâmica do comércio mundial.

Resumo teórico: No século XV Portugal viveu um processo de centralização monárquica e de fortalecimento do Estado que patrocinou viagens marítimas (patrocínio real e institucional). A burguesia mercantil investiu em expedições para abrir rotas comerciais rumo às savanas africanas e às Índias, buscando especiarias, ouro e escravos. A ação do Estado se traduziu em apoio logístico e jurídico (cartas-patente, criação de feitorias, monopólios comerciais) e em incentivo à tecnologia náutica (caravelas, cartografia, instrumentos de navegação). Fontes clássicas: Diffie & Winius, Foundations of the Portuguese Empire; Boxer, The Portuguese Seaborne Empire; Braudel, Civilization and Capitalism.

Por que a alternativa B está correta: contém os três elementos fundamentais reconhecidos pela historiografia para explicar a expansão portuguesa — centralização monárquica (capacidade do rei de planejar e financiar), o apoio da burguesia mercantil (capital e interesse comercial) e a ação do Estado (instituições, monopólios, coordenação). Esses fatores operaram juntos e são citados por estudiosos como causas centrais do fenômeno.

Análise das alternativas incorretas:

A — Fragmentação do poder político e fortalecimento da nobreza feudal: errado. A tendência em Portugal foi justamente a centralização, não a fragmentação; a nobreza perdeu relativa autonomia frente ao rei.

C — Instabilidade política interna, absolutismo e burguesia industrial: errado. Não havia burguesia industrial no século XV (industrialização é posterior) e “absolutismo” pleno é termo anacrônico para justificar as causas imediatas da expansão.

D — Perseguição religiosa, necessidade de povoamento e mercantilismo: parcialmente anacrônico. Perseguições ocorreram (ex.: sefarditas), mas não foram o motor principal. Mercantilismo como doutrina aparece depois; necessidade de povoamento não foi o fator central das grandes expedições.

E — Destino manifesto, estado mínimo e empreendedorismo: totalmente anacrônico. “Destino manifesto” é conceito do século XIX (EUA); o Estado português foi intervencionista, não “mínimo”.

Dica de prova: procure palavras-chave históricas (centralização, burguesia mercantil, ação do Estado) e desconfiar de termos anacrônicos como “destino manifesto”, “burguesia industrial” ou “estado mínimo”. Elas costumam ser pegadinhas.

Fontes recomendadas: Diffie, B. W.; Winius, G. D., Foundations of the Portuguese Empire (1977); Boxer, C. R., The Portuguese Seaborne Empire (1969); Braudel, F., Civilization and Capitalism.

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