São fatores da expansão marítima portuguesa no século XV
Gabarito comentado
Resposta correta: B
Tema central: A pergunta trata dos fatores que impulsionaram a expansão marítima portuguesa no século XV — processo histórico que explica a formação do império ultramarino português e a nova dinâmica do comércio mundial.
Resumo teórico: No século XV Portugal viveu um processo de centralização monárquica e de fortalecimento do Estado que patrocinou viagens marítimas (patrocínio real e institucional). A burguesia mercantil investiu em expedições para abrir rotas comerciais rumo às savanas africanas e às Índias, buscando especiarias, ouro e escravos. A ação do Estado se traduziu em apoio logístico e jurídico (cartas-patente, criação de feitorias, monopólios comerciais) e em incentivo à tecnologia náutica (caravelas, cartografia, instrumentos de navegação). Fontes clássicas: Diffie & Winius, Foundations of the Portuguese Empire; Boxer, The Portuguese Seaborne Empire; Braudel, Civilization and Capitalism.
Por que a alternativa B está correta: contém os três elementos fundamentais reconhecidos pela historiografia para explicar a expansão portuguesa — centralização monárquica (capacidade do rei de planejar e financiar), o apoio da burguesia mercantil (capital e interesse comercial) e a ação do Estado (instituições, monopólios, coordenação). Esses fatores operaram juntos e são citados por estudiosos como causas centrais do fenômeno.
Análise das alternativas incorretas:
A — Fragmentação do poder político e fortalecimento da nobreza feudal: errado. A tendência em Portugal foi justamente a centralização, não a fragmentação; a nobreza perdeu relativa autonomia frente ao rei.
C — Instabilidade política interna, absolutismo e burguesia industrial: errado. Não havia burguesia industrial no século XV (industrialização é posterior) e “absolutismo” pleno é termo anacrônico para justificar as causas imediatas da expansão.
D — Perseguição religiosa, necessidade de povoamento e mercantilismo: parcialmente anacrônico. Perseguições ocorreram (ex.: sefarditas), mas não foram o motor principal. Mercantilismo como doutrina aparece depois; necessidade de povoamento não foi o fator central das grandes expedições.
E — Destino manifesto, estado mínimo e empreendedorismo: totalmente anacrônico. “Destino manifesto” é conceito do século XIX (EUA); o Estado português foi intervencionista, não “mínimo”.
Dica de prova: procure palavras-chave históricas (centralização, burguesia mercantil, ação do Estado) e desconfiar de termos anacrônicos como “destino manifesto”, “burguesia industrial” ou “estado mínimo”. Elas costumam ser pegadinhas.
Fontes recomendadas: Diffie, B. W.; Winius, G. D., Foundations of the Portuguese Empire (1977); Boxer, C. R., The Portuguese Seaborne Empire (1969); Braudel, F., Civilization and Capitalism.
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