A forte e atual presença de usos e costumes dos iorubás na Bahia deve-se
Gabarito comentado
Resposta correta: E
Tema central: compreensão das razões históricas e culturais que explicam a forte presença de práticas iorubás na Bahia (religião, língua, organização ritual). É preciso relacionar origem geográfica dos escravizados, dinâmica do tráfico e mecanismos de resistência cultural.
Resumo teórico: os iorubás (nagôs) vieram principalmente da Costa do Benim e da atual Nigéria. Em Salvador e no Recôncavo formaram núcleos de candomblé com sacerdotes (babalorixás, ialorixás) capazes de transmitir ritos, língua e hierarquia religiosa. Essa manutenção foi resultado da continuidade de saberes religiosos e do prestígio social desses líderes dentro das comunidades, favorecendo a resistência cultural mesmo sob escravidão (Verger; Thornton; IPHAN).
Justificativa da alternativa E: a alternativa aponta corretamente para a resistência cultural e para o papel de sacerdotes e de membros com prestígio social na preservação dos cultos iorubás. A transmissão intergeracional e a organização ritual garantiram a visibilidade e atualidade dessas práticas na Bahia.
Análise das alternativas incorretas:
A – Errada: cronologia incorreta. O grande fluxo iorubá ocorreu sobretudo nos séculos XVIII/XIX, não no fim do século XVI/início do XVII.
B – Errada: mistura fatos imprecisos. A referência ao "forte São Jorge da Mina (Elmina)" e a uma vitória portuguesa sobre holandeses como causa direta dos iorubás na Bahia não corresponde à dinâmica real do tráfico e das rotas iorubás (Elmina teve controle disputado entre portugueses e holandeses).
C – Errada: refere-se mais à costa do Congo; os povos trazidos dali eram, em grande parte, bantus (Angola/Congo), de tradição cultural distinta dos iorubás.
D – Errada: aponta Angola como origem majoritária dos iorubás — impreciso: iorubás não são de Angola; o eixo Angola–Bahia trouxe outros grupos étnicos.
Dica de prova: identifique palavras-chave (etnia, região, religião), cheque geografia e cronologia e desconfie de alternativas que misturam locais/épocas incompatíveis.
Fontes sugestivas: Pierre Verger, Os Nagôs e o Candomblé da Bahia; John K. Thornton, Africa and Africans in the Making of the Atlantic World; Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (material sobre candomblé).
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