As redes de comércio, os fortes costeiros, as relações tecidas ao longo dos séculos entre comerciantes europeus e chefes
africanos, continuaram a ser o sustentáculo do fornecimento
de mercadorias para os europeus, só que agora estas não eram
mais pessoas, e sim matérias-primas.
(Marina de Mello e Souza. África e Brasil africano, 2007.)
O texto refere-se à redefinição das relações comerciais entre
europeus e africanos, ocorrida quando
As redes de comércio, os fortes costeiros, as relações tecidas ao longo dos séculos entre comerciantes europeus e chefes africanos, continuaram a ser o sustentáculo do fornecimento de mercadorias para os europeus, só que agora estas não eram mais pessoas, e sim matérias-primas.
(Marina de Mello e Souza. África e Brasil africano, 2007.)
O texto refere-se à redefinição das relações comerciais entre europeus e africanos, ocorrida quando
Gabarito comentado
Resposta correta: D
Tema central: trata-se da transição no século XIX do comércio atlântico — do tráfico de escravos para o chamado “comércio legítimo” de matérias‑primas africanas (óleos, resinas, marfim, borracha, tinturas etc.) apoiada por potências como a Grã‑Bretanha, que passou a reprimir o tráfico.
Resumo teórico: após as campanhas abolicionistas (ex.: Grã‑Bretanha aboliu o comércio de escravos em 1807 e pressionou outras nações), houve mudança nas relações comerciais: redes e fortalezas costeiras permaneceram, mas o foco econômico deslocou‑se para produtos naturais. Esse processo é explicado em obras como Marina de Mello e Souza, África e Brasil africano (2007), e estudos sobre o comércio atlântico e a abolição (p.ex. Philip D. Curtin).
Por que a alternativa D é correta? A frase do enunciado enfatiza que “já não eram mais pessoas, e sim matérias‑primas”. A alternativa D resume esse fenômeno: ingleses (e, em menor grau, franceses) passaram a buscar resinas, tinturas e outros produtos e estimularam políticas que desestimulavam o tráfico negreiro — coerente com a política britânica de repressão ao tráfico e a promoção do “comércio legítimo”.
Análise das alternativas incorretas:
A — Incorreta. Portugueses e espanhóis não “libertaram” colônias africanas nesse período nem implantaram comércio livre; o imperialismo europeu intensificou‑se no século XIX, com controles e explorações coloniais.
B — Incorreta. Os EUA não foram o agente principal que estimulou a independência africana para ampliar mercados de tecidos; essa ideia simplifica e distorce processos complexos do século XIX e XX.
C — Incorreta. Ingleses e holandeses foram grandes atores do comércio de escravos em séculos anteriores, mas a alternativa contradiz o enunciado (que fala de substituição por matérias‑primas) e usa expressão confusa (“Atlântico Sul”) fora do contexto do que o texto aponta.
E — Incorreta. Portugueses e espanhóis já haviam estabelecido presenças costeiras desde o século XV, mas a alternativa sugere uma conquista/colonização generalizada das costas africanas que não corresponde ao sentido do trecho, nem ao momento de transição mercantil descrito.
Dica de prova: busque palavras‑chave no enunciado — aqui, “já não eram mais pessoas” e “matérias‑primas” apontam para a mudança do tráfico de escravos para o comércio legítimo; descarte alternativas que contradizem claramente essas pistas.
Fonte recomendada: Marina de Mello e Souza, África e Brasil africano (2007); estudos sobre abolição e comércio atlântico (Philip D. Curtin, David Eltis).
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