Questão 920d85a2-af
Prova:UNESP 2013
Disciplina:História
Assunto:História Geral, Ocupação de novos territórios: Colonialismo, Imperialismo e Colonialismo do século XIX

As redes de comércio, os fortes costeiros, as relações tecidas ao longo dos séculos entre comerciantes europeus e chefes africanos, continuaram a ser o sustentáculo do fornecimento de mercadorias para os europeus, só que agora estas não eram mais pessoas, e sim matérias-primas.


(Marina de Mello e Souza. África e Brasil africano, 2007.)


O texto refere-se à redefinição das relações comerciais entre europeus e africanos, ocorrida quando

A
portugueses e espanhóis libertaram suas colônias africanas e permitiram que elas comercializassem marfim, café e outros produtos livremente com o resto do mundo.
B
norte-americanos passaram a estimular a independência das colônias africanas, para ampliar o mercado consumidor de seus tecidos e produtos alimentícios.
C
ingleses e holandeses estabeleceram amplo comércio escravista entre os dois litorais do Atlântico Sul.
D
ingleses e franceses buscaram resinas, tinturas e outros produtos na África e desestimularam o comércio escravista.
E
portugueses e espanhóis conquistaram e colonizaram as costas leste e oeste da África.

Gabarito comentado

V
Vanessa CamposMonitor do Qconcursos

Resposta correta: D

Tema central: trata-se da transição no século XIX do comércio atlântico — do tráfico de escravos para o chamado “comércio legítimo” de matérias‑primas africanas (óleos, resinas, marfim, borracha, tinturas etc.) apoiada por potências como a Grã‑Bretanha, que passou a reprimir o tráfico.

Resumo teórico: após as campanhas abolicionistas (ex.: Grã‑Bretanha aboliu o comércio de escravos em 1807 e pressionou outras nações), houve mudança nas relações comerciais: redes e fortalezas costeiras permaneceram, mas o foco econômico deslocou‑se para produtos naturais. Esse processo é explicado em obras como Marina de Mello e Souza, África e Brasil africano (2007), e estudos sobre o comércio atlântico e a abolição (p.ex. Philip D. Curtin).

Por que a alternativa D é correta? A frase do enunciado enfatiza que “já não eram mais pessoas, e sim matérias‑primas”. A alternativa D resume esse fenômeno: ingleses (e, em menor grau, franceses) passaram a buscar resinas, tinturas e outros produtos e estimularam políticas que desestimulavam o tráfico negreiro — coerente com a política britânica de repressão ao tráfico e a promoção do “comércio legítimo”.

Análise das alternativas incorretas:

A — Incorreta. Portugueses e espanhóis não “libertaram” colônias africanas nesse período nem implantaram comércio livre; o imperialismo europeu intensificou‑se no século XIX, com controles e explorações coloniais.

B — Incorreta. Os EUA não foram o agente principal que estimulou a independência africana para ampliar mercados de tecidos; essa ideia simplifica e distorce processos complexos do século XIX e XX.

C — Incorreta. Ingleses e holandeses foram grandes atores do comércio de escravos em séculos anteriores, mas a alternativa contradiz o enunciado (que fala de substituição por matérias‑primas) e usa expressão confusa (“Atlântico Sul”) fora do contexto do que o texto aponta.

E — Incorreta. Portugueses e espanhóis já haviam estabelecido presenças costeiras desde o século XV, mas a alternativa sugere uma conquista/colonização generalizada das costas africanas que não corresponde ao sentido do trecho, nem ao momento de transição mercantil descrito.

Dica de prova: busque palavras‑chave no enunciado — aqui, “já não eram mais pessoas” e “matérias‑primas” apontam para a mudança do tráfico de escravos para o comércio legítimo; descarte alternativas que contradizem claramente essas pistas.

Fonte recomendada: Marina de Mello e Souza, África e Brasil africano (2007); estudos sobre abolição e comércio atlântico (Philip D. Curtin, David Eltis).

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