Sem prejuízo de sentido ao texto e em conformidade com a
norma-padrão, o trecho do 2o
parágrafo – Pode ser mágico, mas
também é angustiante. E, junto com as transformações físicas,
vem uma avalanche de dúvidas, de regras, de medos. – pode
assumir a seguinte redação:
Leia o texto para responder a questão.
Ao leitor: A gravidez como ela é
Li há alguns meses uma crônica em que a escritora, grávida, desabafava: “estar grávida é estranho”. Dizia que não conseguia soltar fogos de artifício, que o corpo dela estava esquisito, que sentia cansaço e angústia. E que se achava uma E.T. por sentir tudo isso – afinal, grávidas devem ser felizes e gratas. Eu, também grávida de minha segunda filha, me identifiquei prontamente. Estar grávida é estranho mesmo. Por nove meses, nosso corpo se transforma completamente para formar um outro ser. Pode ser lindo, mas também é dolorido. Pode ser mágico, mas também é angustiante. E, junto com as transformações físicas, vem uma avalanche de dúvidas, de regras, de medos. Estar grávida não é fácil. Mais difícil ainda é passar por isso sem informação. Sem saber no que acreditar, que regras seguir, o porquê de estar sentindo tudo aquilo. Como gestante, sentia falta de publicações que questionassem, que polemizassem, que tivessem coragem de tocar em alguns pontos que, por vezes, tirassem da gravidez o revestimento de encanto e, da grávida, a aura imaculada. Mergulhando nesse universo, vimos que o tema é ainda mais complexo do que podíamos imaginar. Neste especial, você não encontrará lista de enxoval, sintomas de trabalho de parto nem dicas para fazer o bebê dormir. Mas vai ter informações preciosas sobre esse período de revolução na sua vida – o antes, o durante e o depois da gravidez. Para entender o que está de fato acontecendo e ter as ferramentas para tomar as decisões que fazem sentido para você. A gravidez pode continuar sendo uma coisa estranha, mas não será mais tão desconhecida. Para mim, foi transformador. Espero que seja para você também.Boa leitura,Marina Bessaeditora
(Superinteressante, edição especial, março de 2018. Adaptado)
Leia o texto para responder a questão.
Ao leitor: A gravidez como ela é
Gabarito comentado
Gabarito comentado – Questão de Interpretação e Gramática
Tema central: A questão aborda interpretação de texto e reconstrução sintática, focando no uso correto de conjunção subordinativa concessiva (“embora”) acompanhada de verbo no subjuntivo e na concordância verbal do verbo “haver” no sentido de existir (verbo impessoal).
Justificativa da alternativa correta (D):
“Embora possa ser mágico, também é angustiante. E, junto com as transformações físicas, vai haver muitas dúvidas, regras, medos.”
A alternativa D reescreve o trecho original mantendo o sentido, coesão e norma-padrão:
- “Embora” indica concessão e deve ser seguida de verbo no subjuntivo (possa e não “pode”). Segundo Evanildo Bechara: “As concessivas pedem sempre, por norma, o verbo no subjuntivo”.
- “Vai haver”: o verbo “haver”, no sentido de existir, é impessoal e permanece no singular, conforme Celso Cunha & Lindley Cintra.
Esses pontos reconstituem o trecho com total correção gramatical e fidelidade semântica.
Análise das alternativas incorretas:
- A: “Apesar de poder ser mágico...” carece de correção na regência. “Apesar de” requer complemento nominal, não oracional. Além disso, “costuma aparecer” conflita com o plural “muitas dúvidas” (costumam aparecer).
- B: “Além disso” não expressa concessão, e “deve existir muitas dúvidas” está errado, pois “existir” deve ir ao plural (devem existir).
- C: “Ainda que pode ser mágico” é inadequado: após “ainda que” o verbo espera-se no subjuntivo (ainda que possa). Ademais, “aparece muitas dúvidas” deveria ser aparecem.
- E: “Se pode ser mágico” altera o sentido para condicional e “pode surgir muitas dúvidas” fere a concordância (> podem surgir).
Estratégia de prova: Ao analisar alternativas, atente-se ao modo e à concordância dos verbos introduzidos por conjunções, e sempre verifique se a relação semântica (concessão, condição, adição) foi mantida.
Assim, a alternativa D é a única correta à luz da norma-padrão e da coerência textual.
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