Questão 8b4b03dc-9f
Prova:UNESP 2013
Disciplina:História
Assunto:República Oligárquica - 1889 a 1930, História do Brasil

O texto identifica a proclamação da República como resultado

A proclamação da República não é um ato fortuito, nem obra do acaso, como chegaram a insinuar os monarquistas; não é tampouco o fruto inesperado de uma parada militar. Os militares não foram meros instrumentos dos civis, nem foi um ato de indisciplina que os levou a liderar o movimento da manhã de 15 de novembro, como tem sido dito às vezes. Alguns deles tinham sólidas convicções republicanas e já vinham conspirando há algum tempo [...]. Imbuídos de ideias republicanas, estavam convencidos de que resolveriam os problemas brasileiros liquidando a Monarquia e instalando a República

A
da unidade dos militares, que agiram de forma coerente e constante na luta contra o poder civil que prevalecia durante o Império.
B
da fragilidade do comando exercido pelo Imperador frente às rebeliões republicanas que agitaram o país nas últimas décadas do Império.
C
de um projeto militar de assumir o comando do Estado brasileiro e implantar uma ditadura armada, afastando os civis da vida política.
D
da disseminação de ideais republicanos e salvacionistas nos meios militares, que articularam a ação de derrubada da Monarquia.
E
de uma conspiração de civis, que recorreram aos militares para derrubar a Monarquia e assumir o controle do Estado brasileiro

Gabarito comentado

A
Anderson MaiaMonitor do Qconcursos

Resposta correta: D

Tema central: a questão trata da origem política da Proclamação da República (15/11/1889) — em especial do papel das ideias e dos militares no processo. É importante reconhecer se o texto atribui o ato a convicções ideológicas, a uma conspiração civil, a indisciplina militar ou a um projeto autoritário.

Resumo teórico: no final do Império houve crescente influência de ideias republicanas e positivistas entre oficiais do Exército; muitos militares acreditavam que a República resolveria “problemas brasileiros”. A ruptura foi um golpe liderado por militares com apoio civil, não uma simples rebelião espontânea nem uma tomada de poder exclusivamente civil. Fontes recomendadas: obras de Boris Fausto e José Murilo de Carvalho sobre a transição monarquia–república e o papel das Forças Armadas.

Justificativa da alternativa D: o texto afirma que “alguns deles tinham sólidas convicções republicanas” e “vinham conspirando há algum tempo” — ou seja, a queda da Monarquia resulta da disseminação de ideias republicanas (e de um ideal salvacionista) entre militares que articularam a derrubada. Isso corresponde exatamente ao enunciado da alternativa D.

Análise das alternativas incorretas:

A — “unidade dos militares, coerência e luta contra o poder civil”: o texto enfatiza correntes internas (repúblicas entre oficiais), mas não fala em unidade homogênea ou ação contínua e monolítica contra civis; havia divergências e diferentes motivações.

B — “fragilidade do comando do Imperador frente a rebeliões republicanas”: a passagem não aponta fragilidade imperial nem rebeliões recorrentes como causa; apresenta convicções ideológicas no meio militar como motor da ruptura.

C — “projeto militar para implantar ditadura armada e afastar civis”: o trecho descreve intenção de substituir a Monarquia por República, não um projeto explícito de ditadura militar. A ideia de “salvação” aparece, mas não se afirma intenção de excluírem totalmente os civis do poder.

E — “conspiração de civis que usaram militares”: o texto nega que os militares fossem meros instrumentos dos civis; afirma autonomia e convicções próprias dos oficiais, portanto E está errada.

Estratégia de prova: ao ler o enunciado, sublinhe (mentalmente) palavras-chave que indicam causa (ex.: “imbuídos de ideias”, “conspirando”); compare essas pistas com cada alternativa, descartando aquelas que extrapolam ou contradizem o texto.

Resumo prático: o enunciado aponta causalidade ideológica entre militares e República — por isso D é a resposta correta.

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