Durante a Roma Imperial, os cidadãos que moravam na cidade de Roma viviam em condições urbano-sanitárias bastante precárias. Todavia, morar na cidade era um dos primeiros requisitos para demonstrar a sua civitas (sua condição de cidadão). Era o primeiro passo para ser considerado cidadão ou encontrar uma forma de adquirir a tão sonhada liberdade.
Sobre a vida cotidiana durante o período imperial romano é INCORRETO afirmar que:
Sobre a vida cotidiana durante o período imperial romano é INCORRETO afirmar que:
Gabarito comentado
Resposta correta: Alternativa C
Tema central: vida cotidiana urbana na Roma Imperial — infraestrutura (água e esgotos), banhos públicos, relações cliente-patrão, hábitos alimentares e moradia. É tema recorrente em provas por conectar instituições, cultura e tecnologia romanas.
Resumo teórico rápido: Roma desenvolveu redes de aquedutos e de esgotos para suprir uma população crescente; os banhos públicos eram espaços multifuncionais (higiene, sociabilidade, lazer); a salutatio matinal expressava a relação cliente–patrão; a cena dos ricos migrou para horários noturnos e a moradia popular ocorria em insulae (prédios), com grande precariedade.
Por que C está **incorreta** (justificação): a afirmação coloca o surgimento do abastecimento de água no século XI a.C. — um erro cronológico evidente. As estruturas hidráulicas romanas surgem muito depois: o primeiro aqueduto de Roma, a Aqua Appia, data de 312 a.C.; a Cloaca Maxima (sistema de esgoto) tem origem atribuída ao período monárquico/tardio-República (séculos VI–V a.C.), não ao 11º século a.C. Fontes: Mary Beard, SPQR; Encyclopedia Britannica (entries "Roman aqueduct" e "Cloaca Maxima"). Logo, a data na alternativa é anacrônica e falsa.
Análise das demais alternativas (por que não são as INCORRETAS):
A — Afirma que os banhos eram mais lazer que higiene e cita resistência cristã. Correto em essência: banhos tinham forte dimensão social e de lazer; cristãos primitivos criticavam excessos e alguns grupos adotaram práticas ascéticas, embora o comportamento varie. (Beard; Nelson, estudos sobre cristianismo primitivo e práticas corporais.)
B — Descreve a relação cliente–patrão e a salutatio matinal: historicamente documentada como ritual de dependência e reconhecimento social; confirma hierarquia e honorabilidade romana.
D — Indica que a cena dos ricos ocorria à noite, com tochas e escravos — condiz com práticas da elite imperial, que realizava jantares noturnos e usava iluminação pública/privada para deslocamentos.
E — Afirma que a habitação era uma realidade para o romano médio e cita alternativas públicas para os sem-casa. A ideia geral de que a moradia urbana era comum (apesar da precariedade) é verdadeira; havia formas públicas e privadas de assistência (p.ex. alimenta, benevolência imperial), ainda que a noção de “sem-teto” moderna não se aplique diretamente. A alternativa é apresentada no sentido de que existiam soluções reconhecidas socialmente para os pobres urbanos.
Dica de prova: ao resolver, busque anacronismos (datas fora do período), termos absolutos e generalizações; datas e tecnologias são pegadinhas frequentes.
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